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Saiba como ajudar as vítimas dos incêndios na região Centro
Do sector financeiro ao energético, várias empresas anunciaram contribuições para auxílio às vítimas dos incêndios e aos bombeiros que ainda combatem as chamas. Conheça as formas mais simples de contribuir.
O grande incêndio de Pedrógão Grande, que já fez 62 mortos e alastrou esta segunda-feira, 19 de Junho, aos concelhos vizinhos, está a gerar uma onda de solidariedade entre os portugueses. Várias instituições, do sector social à banca, já anunciaram ajudas e também formas de recolher mais fundos para ajudar as vítimas e os bombeiros.
O método mais simples para contribuir será pegar no telefone e fazer uma chamada para os números solidários que já foram criados por várias estações televisivas. Todas têm um preço por chamada de 0,60 euros + IVA, com as receitas a reverterem para os afectados pela tragédia. Pode usar a linha da CMTV (760 202 101), da SIC (760 100 100) ou da RTP (760 200 600).
Se preferir fazer uma transferência bancária de outro valor, vários bancos já anunciaram a abertura de contas solidárias, onde fizeram doações iniciais de 50 mil euros. Estes são os IBAN que poderá usar para contribuir: PT50 0035 0001 00100000330 42 (Caixa Geral de Depósitos), PT50 0007 0000 00340461950 23 (Novo Banco) e PT50 0033 0000 45507587831 05 (Millenium BCP).
O Crédito Agrícola abriu uma conta de solidariedade, com o número IBAN PT50-0045 9060 402897535134 2, com um donativo próprio de 50 mil euros. Adicionalmente e por cada donativo (depósito ou transferência) que seja efectuado, o CA contribuirá com 1 euro, até ao limite de 50.000 euros, o que totalizará um contributo de 100.000 euros por parte do banco. Também o Santander Totta resolveu conceder um donativo de meio milhão de euros e abrir uma conta solidária com o IBAN PT50 0018 0003 44832368020 39.
Além da criação de contas solidárias, a CGD e o Montepio avançaram também com a criação de condições especiais nos seus produtos financeiros. O banco público "decidiu desenvolver uma série de medidas de modo a atenuar os impactos desta tragédia". Destas medidas constam a atribuição de uma moratória de capital e juros até dois anos aos clientes da CGD com crédito à habitação que tenham visto o seu imóvel destruído, a antecipação de reembolso da seguradora para despesas imediatas, para clientes e não clientes da CGD e a concessão de uma linha de crédito com limite máximo de 50 mil euros com uma taxa de até 75% (desconto de 25% sobre a taxa praticada) das taxas em vigor para crédito à habitação, com prazo de sete anos taxa fixa e maturidade de sete anos, destinada a compra de equipamentos e obras de reabilitação.
Além disso, o banco compromete-se a fazer um levantamento do parque de imóveis nas regiões afectadas pela tragédia com o intuito de encontrar uma solução para os desalojados.
Já o Montepio criou duas linhas de apoio financeiro, uma para particulares e outra para empresas. No caso dos particulares, a linha de apoio "prevê a concessão de períodos de carência em empréstimos, reajustes de planos financeiros, a criação de uma linha de crédito para apoio às vítimas em condições excepcionais, bem como a criação de uma linha de financiamento à (re)construção de habitações, em condições também elas de excepção".
Ainda no sector financeiro, duas companhias de seguros emitiram comunicados a deixar garantias acrescidas. A Lusitânia, do grupo Montepio, promete uma "análise célere das situações de sinistro" e a responder de forma "tão breve quanto venha a revelar-se possível às necessidades das famílias cujas apólices se encontrem sob sua gestão". A Liberty vai deslocar uma unidade móvel de apoio para o local, de forma a "ajudar os clientes afectados a retomar a normalidade tão breve quanto possível, identificando os casos no próprio local e acelerando os processos e pagamento de indemnizações".
O Grupo Ageas Portugal (que inclui as empresas Ageas Seguros, Ocidental, Médis e Direct) anunciou que está a desenvolver um plano de ajuda dedicado às famílias afetadas pelo incêndio de Pedrógão Grande, tendo decidido criar uma conta solidária, com uma doação inicial de 50.000 euros, que se destina ao auxílio de famílias afectadas, no âmbito de bens essenciais e necessidades identificadas no terreno.
As corporações de bombeiros têm necessidades diferentes - a ministra da Administração Interna até já falou em dificuldades logísticas para acolher todas as ofertas que chegaram à zona de Pedrógão Grande -, pelo que o melhor será contactar directamente a corporação da sua zona de residência. Se estiver pela região de Leiria, já pode comprar nas bilheteiras do Teatro José Lúcio da Silva os ingressos, no valor de 15 euros, para um concerto de solidariedade agendado para 24 de Junho às 21:30, com a participação de David Fonseca.
Em Castelo Branco, distrito para onde já alastrou este grande incêndio, as delegações do Banco Alimentar, da AHRESP e a Associação Empresarial da Beira Baixa criaram um centro de recepção de bens, entre as 9h e as 18h, nas instalações desta última entidade. Além de produtos alimentares não perecíveis, na lista de dádivas prioritárias estão vestuário, lençóis, mantas e toalhas, equipamentos e materiais agrícolas, mobiliário, electrodomésticos e materiais de construção diversos.
Gasóleo e "boleias"
Várias empresas e instituições de peso na sociedade portuguesa resolveram também participar na ajuda às vítimas e aos que ainda combatem as chamas. Com dois postos em Figueiró dos Vinhos e em Oleiros, muito próximos das frentes de incêndio activas, a PRIO decidiu doar quatro mil litros de combustível às corporações que ali abastecem.
A Uber também se associou a este movimento e está a disponibilizar desde esta segunda-feira a recolha de bens alimentares e de material médico por parte dos motoristas desta plataforma tecnológica, sem qualquer custo para o utilizador.
Um fundo especial com a dotação inicial de 500 mil euros foi a resposta da Fundação Calouste Gulbenkian para apoiar as organizações da sociedade civil da região de Pedrógão Grande. Uma verba de 200 mil euros foi também disponibilizada pela Cáritas portuguesa, cujo responsável, Eugénio da Fonseca, sublinhou que o sector social não se pode substituir aos apoios estatais e salientou que muitas dioceses, por sua iniciativa, estão a disponibilizar verbas própria para ajudar as vítimas.