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Eduardo Cabrita diz que Centeno "merece a admiração dos portugueses"
O ministro adjunto Eduardo Cabrita negou que o Conselho de Ministros de hoje tenha discutido a actuação de Marcelo na polémica das mensagens trocadas entre Centeno e Domingues. O que fez foi saudar "vivamente" o défice alcançado no ano passado.
"Não cabe ao Governo – nem o Conselho de Ministros discutiu – aquilo que é o exercício de competências próprias de outros órgãos de soberania, seja ele o senhor Presidente da República seja a Assembleia da República", respondeu Eduardo Cabrita aos jornalistas na conferência de imprensa do Conselho de Ministros, quando questionado sobre a actuação de Marcelo Rebelo de Sousa na polémica que envolve Mário Centeno e a antiga administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
"O Conselho de Ministros regozijou-se e saudou vivamente o senhor ministro das Finanças pelos notáveis resultados", revelou, referindo-se aos dados do crescimento económico – de 1,4% – e à execução orçamental de 2016, que deverá garantir um défice de 2,1%.
Para o governante, estes bons resultados devem-se "ao esforço de todos os portugueses, de toda a administração pública, mas certamente são mérito muito específico do ministro das Finanças e de toda a sua equipa".
Questionado sobre a comissão de inquérito da CGD, cujo presidente apresentou hoje a demissão, e a criação de uma eventual comissão dedicada exclusivamente à polémica entre Mário Centeno e o anterior presidente da CGD, Eduardo Cabrita respondeu que "essa matéria não foi abordada em Conselho de Ministros".
"Seria aliás muito estranho o Conselho de Ministros pronunciar-se sobre matérias que são da exclusiva competência da Assembleia da República", argumentou.
Interrogado sobre a preocupação do Governo com toda esta polémica que tem envolvido a CGD, Eduardo Cabrita afirmou que o executivo "está muito preocupado com a necessidade de garantir a solidez do maior banco português".
"E por isso o Governo adotou, em tempo adequado, as medidas necessárias para que seja possível realizar um processo de recapitalização que mereceu a confiança, a aprovação das instituições europeias e que garante que a Caixa continuará a ser um banco de referência em Portugal e um banco público", explicou.
O ministro Adjunto reiterou que o Governo se regozija "com o desempenho da economia portuguesa e com os resultados apurados em matéria de défice", estando certo de que, "num quadro de crescimento da economia, a Caixa poderá contribuir ainda mais ativamente, reforçando o seu papel de apoio a um bom funcionamento da economia nacional".
No programa "Sem Moderação", emitido esta quarta-feira à noite na TSF e no Canal Q, João Galamba disse que "o Presidente da República está profundamente implicado" na polémica que envolve o convite feito por Mário Centeno a António Domingues para este presidir à CGD. "O que ele tentou fazer, na segunda-feira, político hábil como é, foi tentar demarcar-se e desresponsabiliza-se de algo que é responsabilidade sua", declarou o porta-voz do PS.
Esta manhã, Assunção Cristas defendeu que Mário Centeno está muito fragilizado e disse que noutro país já se teria demitido.