Notícia
Marcelo perguntou “mil vezes” se havia acordo para dispensar declarações
Fonte da Presidência da República garante ao Diário de Notícias que Marcelo Rebelo de Sousa “perguntou mil vezes” a António Costa se existia algum acordo a dispensar a administração da CGD de apresentar as declarações de rendimentos. Costa disse sempre que não.
O Presidente da República disse ao Negócios que já deu "por terminado" o caso das SMS, que envolve o ministro das Finanças. Mas esta quinta-feira surgem novas revelações na imprensa. O Correio da Manhã escreve esta quinta-feira que, depois de informar Domingues que Marcelo "queria muito" que ficasse "expresso na lei" que as declarações teriam de ser entregues, Centeno enviou uma segunda mensagem ao ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos em que diz que "o problema da entrega das declarações desapareceu".
Estas mensagens indiciam, segundo o jornal, que Marcelo terá cedido a António Costa.
O Diário de Notícias publica, também na edição de hoje, uma espécie de resposta de Belém. Fonte da Presidência da República garante que Marcelo Rebelo de Sousa não concordou que os gestores da CGD ficassem isentos de apresentar declarações. "O Presidente da República mil vezes perguntou ao primeiro-ministro se havia algum acordo para isentar a administração da Caixa Geral de Depósitos da entrega das declarações de património e rendimentos no Tribunal Constitucional".
A resposta de António Costa foi sempre negativa. "Mil vezes o primeiro-ministro lhe respondeu que não", prossegue a mesma fonte, em declarações ao DN. O Presidente pretendia que ficasse claro, na alteração que foi feita ao Estatuto do Gestor Público, que os gestores da CGD continuavam obrigados a apresentar as referidas declarações. Mas o Governo preferiu não o fazer, argumentando que se a lei se aplica, não é preciso estar a lembrá-lo, escreveu o Expresso.
Esta quarta-feira, a maioria de esquerda formada pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda travou oficialmente o acesso às mensagens escritas trocadas entre Centeno e Domingues.