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CGD: CDS quer responsabilizar Costa e não exclui nova comissão potestativa
O líder da bancada centrista no Parlamento acusa o primeiro-ministro de querer "passar pelos pingos da chuva" na matéria da gestão Domingues da Caixa Geral de Depósitos e diz que nas próximas horas será tomada decisão sobre nova comissão potestativa.
O líder parlamentar do CDS não exclui uma nova comissão parlamentar de inquérito potestativa em torno da Caixa Geral de Depósitos, depois da recusa na entrega dos SMS trocados entre Mário Centeno e António Domingues e na manhã em que o presidente da comissão, o social-democrata Matos Correia, se demitiu do cargo. E insiste em responsabilizar António Costa pelo processo de alegada isenção de entrega de declarações do presidente da Caixa no Tribunal Constitucional.
Em entrevista à Antena 1, Nuno Magalhães, líder parlamentar dos centristas, garantiu que apesar da previsível demissão de Matos Correia - à hora a que a entrevista foi feita ainda não era conhecida a saída do presidente ca comissão -, o CDS não abandonará a comissão de inquérito à gestão da Caixa e não afastou a possibilidade de uma nova comissão potestativa, uma decisão que será tomada nas próximas horas.
"Não posso deixar de dizer que também isso [a comissão potestativa] está em cima da mesa. Tem sido articulado impecavelmente entre CDS e PSD e não posso adiantar algo que não está ainda decidido. Nas próximas horas saberemos," afirmou o líder parlamentar.
O deputado acrescentou ainda que o CDS não permitirá a António Costa "passar pelos pingos da chuva nesta matéria. (...) O Dr. Mário Centeno disse que o senhor primeiro-ministro sabia. O responsável é o Dr. Mário Centeno mas também o Dr. António Costa," afirmou, numa referência à solução que foi desenhada pelo Governo para a administração da Caixa liderada por António Domingues.
Sobre a polémica das mensagens SMS que foram trocadas entre Mário Centeno e António Domingues em que alegadamente seriam garantidos esforços para isentar a administração de apresentar declaração de património junto do Constitucional, Nuno Magalhães concede que as comunicações - cuja entrega foi ontem uma vez mais recusada pela esquerda - possam ser debatidas à porta fechada na comissão e responsabilizando os deputados para se apurar o "interese nacional" das mensagens.
"Uma mensagem entre o governante e quem está a contratar com o Estado é ou não uma mensagem de foro privado?", questiona.
O social-democrata Matos Correia deixou a liderança da comissão esta quinta-feira com acusações às bancadas da esquerda, que acusa de tomarem "atitudes que violam a lei, são um atropelo à democracia e põem em causa o modo normal de funcionamento de uma comissão parlamentar".
Isto depois de ontem, os partidos da esquerda se terem unido para travar os requerimentos potestativos de PSD e CDS para acedere às mensagens trocadas entre Mário Centeno e António Domingues.