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Esquerda volta a rejeitar desafio do PSD e CDS para mostrar SMS de Centeno

Momentos depois de o PSD e o CDS terem desafiado a esquerda parlamentar a viabilizar a entrega das comunicações entre Mário Centeno e António Domingues a propósito da CGD, o PS, o PCP e o BE rejeitaram essa possibilidade.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Fevereiro de 2017 às 13:47
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O PS, o PCP e o BE rejeitaram esta quarta-feira, 15 de Fevereiro, o desafio deixado pelo PSD e pelo CDS-PP para que invertam, até às 18:00, a decisão tomada esta terça-feira de não analisar as comunicações trocadas entre o ministro das Finanças e o ex-presidente do banco público António Domingues.


Em declarações aos jornalistas, no final da conferência de líderes, os líderes parlamentares do PS, Carlos César, do BE, Pedro Filipe Soares, e do PCP, João Oliveira, acusaram PSD e CDS-PP de quererem utilizar a comissão de inquérito à Caixa para criar um facto político, violando a Constituição e a lei, que não permite o acesso a comunicações pessoais.

Em causa estarão as alegadas mensagens de telemóvel trocadas entre António Domingues e Mário Centeno, nas quais, segundo o Público, o ministro das Finanças dizia ao agora ex-presidente da CGD que a possibilidade de a anterior administração da Caixa não ter de entregar as declarações de rendimento no Tribunal Constitucional estava encaminhada e que o Governo já falara com o Presidente sobre o assunto.

O Correio da Manhã escreve que há dois SMS que comprometem directamente Centeno, mensagens que terão sido trocadas durante o Verão, quando o Governo ainda negociava com a Comissão Europeia o plano de negócios e a recapitalização do banco.


Momentos antes da recusa da esquerda no Parlamento, os líderes parlamentares do PSD e CDS-PP tinham desafiado o PS, BE e PCP a inverterem a decisão de terça-feira, ameaçando, que se tal não acontecer, que ambos os partidos retirarão "todas as consequências regimentais, jurídicas e políticas" sem especificar quais.


No final da conferência de líderes, os dois líderes parlamentares Luís Montenegro (PSD) e Nuno Magalhães (CDS-PP) apelaram a que esta decisão seja alterada até às 18:00 de hoje, quando se reúne novamente a comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD).


O motivo invocado na terça-feira pelos partidos que chumbaram a não inclusão dos conteúdos das comunicações terá sido o de não se enquadrar no objecto da comissão parlamentar de inquérito, que abarca a gestão do banco público entre 2000 e 2015.

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