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PSD diz que Centeno está "preso por arames"

Sociais-democratas pressionam Centeno com dossiê Caixa em semana de dados económicos que Governo reclama como favoráveis. Ministro garante que recapitalização da Caixa está "em curso" e que Governo teve sucesso no processo.

Miguel Baltazar/Negócios
15 de Fevereiro de 2017 às 11:59
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O deputado do PSD António Leitão Amaro disse esta quarta-feira que o ministro das Finanças está "preso por arames" por causa da polémica que envolve Mário Centeno nas condições atribuídas na contratação do ex-presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e de ter deixado o Estado "de joelhos" perante interesses privados, numa referência à participação do escritório privado de advogados na alteração ao Estatuto do Gestor Público (EGP). 

As declarações foram feitas no Parlamento, na comissão de Orçamento e Finanças onde Mário Centeno responde a perguntas dos deputados. A audição do ministro era ao abrigo do regimento, o que significa que o tema era livre, e o governante fez uma exposição inicial sobre os últimos dados para a economia portuguesa e as contas públicas.

No entanto, o PSD escolheu começar as perguntas ao ministro pelo dossiê Caixa. O ministro das Finanças chega ao Parlamento com a "autoridade arrasada", por culpa própria, justificou Leitão Amaro. 

O deputado social-democrata considerou que a polémica em torna da contratação de António Domingues colocou em causa a "exigência de ética sobre a verdade e a honorabilidade política". Leitão Amaro acusou ainda Mário Centeno de "falta de transparência" e lembrou episódios anteriores como o da falta de informação no Orçamento do Estado para 2017, que as Finanças enviaram dias depois para o Parlamento. E lamentou que a troca de informações entre Centeno e Domingues não seja revelada por decisão dos partidos da esquerda que suportam o Governo na Assembleia.

Leitão Amaro defendeu que a "gravidade" do dossier Caixa não é "apenas quanto ao acordo" para a contratação de António Domingues mas também pelo facto de o Ministério das Finanças tivesse permitido que fosse um escritório de advogados privados a fazer a lei que consagrou novas condições para a Caixa, "deixando o Estado de joelhos sob os interesses privados". 

Leitão Amaro deixou um conjunto de questões a Mário Centeno sobre a recapitalização da Caixa. "Já estão apurados os prejuízos da Caixa? Qual o ponto de situação da emissão de dívida de quase capital da Caixa?". 

O ministro das Finanças defendeu que "a situação da Caixa é hoje mais clara e transparente do que era há um ano" e que o Governo não teve "oito tentativas" para ver aprovada a recapitalização da Caixa. "Não falhámos", afirmou Centeno. 

"A capitalização da Caixa está em curso", disse, lembrando que "a capitalização de um banco não é a injecção de liquidez". 

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