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Tarifas e inflação deixam Wall Street dividida. Tecnológicas voltam aos ganhos

Apesar de a inflação ter desacelerado mais do que era esperado em fevereiro, as tarifas de Trump continuam a impedir uma subida generalizada dos principais índices norte-americanos.

Richard Drew/AP
12 de Março de 2025 às 20:14
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As bolsas norte-americanas encerraram divididas entre ganhos e perdas, com o Dow Jones a ser o único dos três principais índices do país a terminar a sessão em território negativo. Os dados positivos da inflação, que mostraram o índice de preços no consumidor em trajetória de desaceleração, não foram suficientes para devolver o otimismo a Wall Street, numa altura em que as tarifas de Donald Trump e a escalada da guerra comercial ameaçam o objetivo de 2% definido pelo banco central norte-americano.

O S&P 500 avançou 0,49% para os 5.599,30 pontos, enquanto o Nasdaq Composite saltou 1,22% para 17.648,45 pontos. Em contraciclo, o Dow Jones recuou 0,20% para 41.350,93 pontos, apesar de até ter arrancado a sessão no verde. "As tarifas continuam a ter um grande impacto na confiança dos investidores", explica à Reuters Paul Nolte, analista da Murphy & Sylvest.

Com a inflação em trajetória descendente, os mercados estão mais esperançosos com um novo corte nas taxas de juro por parte da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Apesar de a política protecionista de Donald Trump poder ter um impacto bastante negativo nos preços, os investidores acreditam que a Fed vai avançar com um novo alívio de 25 pontos base na reunião de junho.

Até lá tudo pode mudar e, apesar de Trump ter afastado um cenário de recessão económica no país este ano – depois de o ter introduzido aos mercados no domingo -, o banco de investimento norte-americano JP Morgan revelou esta quarta-feira que vê este cenário como cada vez mais provável. Neste contexto, o Goldman Sachs está mais pessimista em relação ao desempenho das ações do país, tendo revisto em alta as suas expectativas de valorização do S&P 500 até ao final do ano.

Na sessão desta quarta-feira, as tecnológicas foram as estrelas com a Intel a valorizar 4,55% para 20,68 dólares, depois de ter sido revelado que a TSMC fez uma proposta à Nvidia, à Advanced Micro Devices e à Broadcom para explorarem em conjunto as fábricas desta empresa norte-americana de semicondutores. As ações destas três tecnológicas também encerraram a sessão em alta, ao valorizarem 6,43%, 4,16% e 2,18%, respetivamente.

Já a Tesla disparou mais de 7%, corrigindo parcialmente as perdas pesadas recentes, depois de o Presidente dos EUA ter manifestado publicamente o seu apoio à fabricante de veículos elétricos e ao seu fundador, Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental da administração Trump.           

Outras cotadas do setor automóvel que utilizam o aço e alumínio na sua produção, como a Ford e a General Motors, encerraram a negociação no vermelho. As tarifas de Donald Trump de 25% sobre estes produtos entraram esta quarta-feira em vigor e mereceram uma resposta imediata por parte da União Europeia, que anunciou taxas alfandegárias retaliatórias no valor de 26 mil milhões de euros.

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