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Partidos apontam para eleições a 11 de maio e abrem cenários-pós eleitorais

Audiências com o Presidente, que esta quinta-feira ouve Conselho de Estado, lançaram pistas para cenários pós-eleitorais. Chega rejeita acordos com Montenegro à frente do PSD. Aliança de Esquerda não é afastada.

Audiência em Belém entre o primeiro-ministro e o Presidente da República após a queda do governo.
António Cotrim/Lusa
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Os partidos acreditam que o dia 11 de maio será a data mais provável para eleições antecipadas, com PS, PSD, Iniciativa Liberal (IL) e Livre a pedirem que estas se realizem o mais depressa possível e clarifiquem o cenário político do país após o chumbo à moção de confiança ao Governo de Luís Montenegro. Mas, mesmo sem resultados, dão-se os primeiros sinais de posicionamento, com Chega a rejeitar suportar um novo Governo liderado por Luís Montenegro e a reedição de uma nova geringonça de esquerda a não ser desde logo afastada quer por Bloco de Esquerda quer por PCP, ou ainda pelo Livre.

Após Marcelo Rebelo de Sousa ter previamente indicado 11 ou 18 de maio com as datas possíveis para a marcação de novas eleições, as audiências com o Presidente da República estabeleceram a convicção de que o objetivo será que se realizem tão cedo quanto possível. "Há todas as condições para que possa ser a 11 de maio", afirmou à saída o primeiro-ministro, Luís Montenegro, com o presidente da IL, Rui Rocha, a dar também essa como a "data mais provável".

Já o Bloco de Esquerda considerou preferível a data de 18 de maio, argumentando com a necessidade de os pequenos partidos terem tempo para validar candidatos. Pela parte do CDS-PP, Nuno Melo não mostrou preferências. "Somos sensiveis a que, tendo em conta as peregrinações a Fátima o dia 11 poderá ter esse inconveniente", notou porém.

"Transmitimos ao Presidente da República que a solução para este impasse deve passar pela realização de eleições legislativas antecipadas, que devem ocorrer o mais rápido possível", indicou Montenegro, defendendo ao mesmo tempo não haver "razão para alarme" com a crise política atual e afastando "perturbações" para o funcionamento de Governo, administração pública, economia ou estabilidade financeira.

Nas declarações aos jornalistas, no final da reunião, Montenegro esforçou-se por passar uma mensagem de tranquilidade, sublinhando por mais de uma vez que "o país vive uma situação de consolidação económica e financeira", que se assiste a um "dinamismo da nossa economia", que tem "dos melhores desempenhos da Europa", com "um nível de emprego especialmente alto e de desemprego especialmente baixo". Além disso, referiu, o país tem "um orçamento em vigor", o Governo em gestão "pode tomar as decisões mais prementes", a execução do PRR "não está em causa e "há estabilidade financeira".



Também o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse esperar rapidez ao mesmo tempo que aconselhava a que se olhe para as segundas legislativas em pouco mais de um ano não como "um estorvo", mas antes "uma oportunidade para desbloquearmos a situação de crise política em que estamos e de iniciarmos uma nova fase da vida política em Portugal, com estabilidade".

Partidos deram os primeiros sinais de posicionamento, com Chega a rejeitar suportar um novo Governo liderado por Luís Montenegro e a reedição de uma nova geringonça de esquerda a não ser desde logo afastada quer por Bloco de Esquerda quer por PCP, ou ainda pelo Livre.


Mas, à beira de novas eleições, as sondagens não oferecem para já soluções óbvias de estabilidade governativa, com as mais recentes a colocarem o PS numa vantagem curta face à AD. Neste cenário, a atual terceira força parlamentar, o Chega, que não tem beneficiado da atual crise nos estudos de opinião, quis pôr travão à ideia de uma maioria de direita liderada por Montenegro, com o partido a enviar "sinal" ao PSD para que este "arrume a casa" e encontre outro líder caso esse seja o caminho. "A Luís Montenegro é um não é não", afirmou André Ventura.

A Iniciativa Liberal, por seu turno, garantiu que não irá concorrer em coligação com PSD e CDS-PP, independentemente da situação que envolve Luís Montenegro e a empresa Spinumviva, agora alvo de averiguação preventiva por parte do Ministério Público na sequência de denúncias anónimas. "Não é uma questão da circunstância, nem de pessoas", disse Rui Rocha.

Já à esquerda, Bloco de Esquerda (BE) e PCP responderam a questões sobre um eventual novo acordo de incidência parlamentar à esquerda sem fechar a porta, mas frisando as propostas individuais com que se apresentarão ao país - focadas na habitação, SNS e trabalho, no caso do BE, e também na saúde e combate aos baixos salários pensões, no caso da CDU. "O Bloco de Esquerda nunca faltou a nenhum diálogo e a nenhuma ação, nenhum encontro que pudesse trazer mudanças para o país", defendeu Mariana Mortágua. Já Paulo Raimundo disse ver a manutenção da força do PCP como "condição decisiva" para qualquer alternativa de esquerda.

Pelo Livre, Rui Tavares admitiu também entendimentos com o PS, mas apenas após eleições. "Consideramos que se justifica (coligação) nas autárquicas porque aí não há possibilidade de se fazer coligações pós eleições", mas no caso das legislativas "é depois que os partidos têm de arranjar uma solução", afirmou.

Já à direita, o líder do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo, salientou que se sente "desconfortável" com o que considera ser "uma crise política escusada" em que a oposição "optou pela pequena política, pela suspeição, pela lama transformada em escrutinio, para pôr a política à frente do partido". Esta é uma "absurda e escusada crise politica, criada pelos partidos à esquerda e por um partido populista que se diz de direita, mas esteve um ano aliado com um partido à esquerda" e "tudo faremos para que o bom Governo que caiu possa ser reconduzido" e se faça "justiça nas urnas", defendeu ainda o parceiro da AD nas últimas eleições.


No Palácio de Belém, está ainda ser ouvido o PAN, com o qual se conclui a ronda de audições dos partidos pelo Presidente da República, que esta quinta-feira reúne ainda o Conselho de Estado.

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