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Cristas vai queixar-se a Marcelo do “que se passa neste Parlamento”

A presidente do CDS pediu uma audiência ao Presidente da República, que terá lugar na próxima sexta-feira, para denunciar os chumbos da esquerda na comissão de inquérito à Caixa. Ferro Rodrigues levou a mal o anúncio e lembrou a separação de poderes.

Bruno Simão
22 de Fevereiro de 2017 às 18:15
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Assunção Cristas criticou o comportamento da maioria de esquerda na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, acusando-a de ser uma "maioria oprimida" que usa expedientes "inadmissíveis" para travar o acesso a documentação, como as SMS trocadas entre Mário Centeno e António Domingues. Por causa disso, Cristas vai reunir-se com Marcelo Rebelo de Sousa já na próxima sexta-feira, "para denunciar ao Presidente da República o que se passa neste Parlamento".

 

Cristas procurava garantir que o CDS está disposto a esclarecer o que aconteceu no caso da fuga de 10 mil milhões de euros para offshores, pelo que o actual Governo também deveria estar disponível para apurar "a verdade" sobre o que aconteceu na Caixa Geral de Depósitos.

Isto depois de António Costa ter acusado Cristas de estar envolvida no caso dos offshores. "Quer à força voltar a ser a líder do partido dos contribuintes, mas depois do seu curriculo em matéria de contribuintes, os únicos que foram poupados foram os que levaram dinheiro para offshores", acusou.

 

Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, é que não gostou nada desse anúncio. "Não sei o que vai denunciar ao Presidente, mas a minha porta está sempre aberta para todos os esclarecimentos", atirou. Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, considerou inaceitável a intervenção de Ferro Rodrigues. "A boa condução dos trabalhos não permite que o senhor presidente faça esse tipo de apartes. O CDS escolhe quando e com quem fala", começou por dizer.

 

E depois enquadrou o pedido. "Pedimos audiência ao PR porque quando levámos esta questão à conferência de líderes, disse que era um mau serviço à democracia". Magalhães referia-se em concreto ao chumbo da consulta às SMS trocadas entre Centeno e Domingues. "Desculpe que lhe diga, mas quem fechou a porta na cara a PSD e CDS e às regras democráticas foi o senhor presidente", rematou.

 

Ferro optou por não responder directamente, e lembrou o princípio da separação de poderes. "O senhor deputado não desconhece a separação de poderes entre Assembleia da República e Presidência da República, penso que a sua bancada também não deve desconhecer".

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