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Cristas vai queixar-se a Marcelo do “que se passa neste Parlamento”
A presidente do CDS pediu uma audiência ao Presidente da República, que terá lugar na próxima sexta-feira, para denunciar os chumbos da esquerda na comissão de inquérito à Caixa. Ferro Rodrigues levou a mal o anúncio e lembrou a separação de poderes.
Assunção Cristas criticou o comportamento da maioria de esquerda na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, acusando-a de ser uma "maioria oprimida" que usa expedientes "inadmissíveis" para travar o acesso a documentação, como as SMS trocadas entre Mário Centeno e António Domingues. Por causa disso, Cristas vai reunir-se com Marcelo Rebelo de Sousa já na próxima sexta-feira, "para denunciar ao Presidente da República o que se passa neste Parlamento".
Cristas procurava garantir que o CDS está disposto a esclarecer o que aconteceu no caso da fuga de 10 mil milhões de euros para offshores, pelo que o actual Governo também deveria estar disponível para apurar "a verdade" sobre o que aconteceu na Caixa Geral de Depósitos.
Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, é que não gostou nada desse anúncio. "Não sei o que vai denunciar ao Presidente, mas a minha porta está sempre aberta para todos os esclarecimentos", atirou. Nuno Magalhães, líder da bancada do CDS, considerou inaceitável a intervenção de Ferro Rodrigues. "A boa condução dos trabalhos não permite que o senhor presidente faça esse tipo de apartes. O CDS escolhe quando e com quem fala", começou por dizer.
E depois enquadrou o pedido. "Pedimos audiência ao PR porque quando levámos esta questão à conferência de líderes, disse que era um mau serviço à democracia". Magalhães referia-se em concreto ao chumbo da consulta às SMS trocadas entre Centeno e Domingues. "Desculpe que lhe diga, mas quem fechou a porta na cara a PSD e CDS e às regras democráticas foi o senhor presidente", rematou.
Ferro optou por não responder directamente, e lembrou o princípio da separação de poderes. "O senhor deputado não desconhece a separação de poderes entre Assembleia da República e Presidência da República, penso que a sua bancada também não deve desconhecer".