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Novo Banco não é “corrida de caricas”, diz BCP. Santander salienta fator preço
O Novo Banco está focado numa dispersão em bolsa e por isso não deverá haver uma concentração em Portugal nos próximos 12 meses, diz o CEO do BCP. O homólogo do Santander salienta que qualquer aquisição depende do fator preço.
Com o Novo Banco a avançar a passos largos para uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla inglesa), o futuro da instituição financeira que sucedeu ao Banco Espírito Santo (BES) continua por definir, uma vez que o cenário de venda direta a um concorrente continua em cima da mesa.
Qualquer movimento nesse sentido não pode ser tomado de ânimo leve, realça o CEO do BCP, que não vê uma aquisição a acontecer nos próximos 12 meses.
"Isto não é uma corrida de caricas", ironizou.
"Neste momento em Portugal pode haver uma oportunidade mas o acionista disse que iria fazer um IPO e não me parece que vá haver concentração nos próximos 12 meses", concluiu.
A visão não coincide com a do homólogo do Santander Totta, que entende que uma eventual venda direta poderá ser analisada por potenciais compradores nesta fase da vida financeira europeia. Pedro Castro e Almeida salienta que qualquer aquisição depende sobretudo do fator preço.
Pedro Castro e Almeida comparou o ciclo do sistema financeiro às estações do ano.
"Vimos de um inverno em que não é natural haver aquisições, é um período em que os bancos transacionam a um ‘price to book inferior’ a 1, em que o valor de mercado é abaixo do valor contabilístico", começou por explicar o presidente executivo do banco, referindo-se ao período até 2022.
"Depois entramos numa fase de verão, em 2023 e 24, em que as taxas de juro são altas e a rentabilidade elevada".
O país e a Europa estão agora na estação seguinte: "Entramos na fase de outono com declínio da rentabilidade em que bancos que têm valor de mercado superior ao contabilístico olham para outros que têm valor de mercado abaixo do contabilístico", realçou.
É um momento mais propício a aquisições. Mas tudo depende do fator fundamental. Aquisições em Portugal só podem fazer sentido "pelo preço a que o vendedor [esteja disposto a vender]", atirou o CEO do Totta, recordando que qualquer negócio depende de um encontro de vontades: "It takes two to tango".
Quem não está certamente na corrida é o Crédito Agrícola, que brincou com o tema. Para Licínio Pina, uma eventual fusão do Novo Banco com outro concorrente tem uma grande vantagem: "O Crédito Agrícola passaria de quinto banco para quarto", disse.
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