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Luís Montenegro acusa Ferro Rodrigues de “prepotência”
O PSD não digeriu bem as críticas de Ferro Rodrigues à nova comissão de inquérito. Luís Montenegro acusou o presidente da Assembleia da República de “prepotência” no exercício de funções.
A relação entre as bancadas de direita e Ferro Rodrigues continua escaldante. Depois de Ferro Rodrigues ter garantido que actua com "imparcialidade total" e ter aconselhado PSD e CDS a habituarem-se "às novas regras e circunstâncias", o líder da bancada social-democrata Luís Montenegro acusa o presidente da Assembleia da República de "prepotência no exercício da função" e de fazer "obstrução" às garantias dos direitos dos partidos da oposição.
"Se as novas circunstâncias são de facto novas e únicas, já as novas regras não há, não sei a que regras o presidente da Assembleia se está a querer referir. São as regras da sua prepotência no exercício da função? Só essas podem ser diferentes das que estiveram na base da actuação dos seus antecessores", disparou Luís Montenegro, na apresentação da nova comissão de inquérito, esta manhã no Parlamento.
O deputado diz que nos 15 anos que leva no palácio de São Bento "nunca houve uma obstrução como tem havido neste mandato às garantias dos direitos dos partidos da oposição". E essa obstrução tem sido encabeçada por Ferro Rodrigues, acusa.
Nuno Magalhães mostrou-se surpreso por ver o presidente da AR a fazer "apreciações políticas" e a adjectivar "as iniciativas dos grupos parlamentares". Aliás, esta sexta-feira às 14:30, Assunção Cristas vai reunir-se com Marcelo Rebelo de Sousa para denunciar a actuação de Ferro Rodrigues.
Ferro Rodrigues fez declarações consideradas polémicas em entrevista ao Diário de Notícias e TSF, no passado fim-de-semana. "Acho muito estranho que ao fim de quase uma semana de anúncio nada tenha entrado", notou, a propósito da nova comissão de inquérito, cuja criação ser absurda. Ferro garantiu também que "os portugueses podem estar tranquilos" sobre "tudo o que se passar em matéria de comissões de inquérito".
Esta quinta-feira, em resposta à entrevista de Luís Montenegro, que o acusava de ter uma "intervenção muito infeliz" na comissão de inquérito à CGD, Ferro garantiu ser imparcial. "Efectivamente, a minha imparcialidade é total. É evidente que há pessoas que continuam a pensar que a maioria é a mesma de há um ano e meio, mas, infelizmente para elas, não é e, portanto, têm que se habituar às novas regras e às novas circunstâncias democráticas da Assembleia da República", reagiu, no Porto.