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Portugal emite mil milhões de euros em dívida. Juro volta a subir acima de 3%

A República pagou um juro de 3,381% pelas obrigações que vencem em dez anos e uma "yield" de 3,633% pelos títulos a 13 anos.

Vítor Mota
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A República Portuguesa colocou esta quarta-feira 1,1 mil milhões de euros em dívida de longo prazo. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP emitiu 563 milhões em obrigações a 10 anos e 537 milhões em títulos que vencem dentro de 13 anos. O montante global fica em linha com o que era esperado, que apontava para um valor indicativo entre os 1.000 e 1.250 milhões de euros.

Portugal pagou um juro de 3,381% pelas obrigações que vencem em junho de 2035, acima da "yield" de 2,824% no último leilão comparável, realizado em novembro do ano passado. A procura superou em 1,99 vezes a oferta, abaixo do rácio "bid to cover" de 2,03 vezes da última operação.

No caso da maturidade mais longa, que vence em junho de 2038, o IGCP pagou uma "yield" de 3,633%. Nesta maturidade a procura superou em 1,98 vezes a oferta.

O juro pago pelo IGCP fica em linha com o mercado secundário, onde os juros da dívida portuguesa a 10 anos agravam-se 1,5 pontos base para 3,399%, o valor mais elevado em mais de um ano.

"A título de comparação, em fevereiro, Portugal realizou uma emissão a 9 anos com uma taxa de colocação de 2,78%. Esta subida do prémio de risco nacional reflete o aumento do prémio de risco alemão, na sequência do anúncio do investimento de 500 mil milhões de euros que a Alemanha irá realizar em armamento e infraestruturas. O BCE reduziu as taxas de juro em 25 pontos base, mas este efeito fez-se sentir apenas nas taxas de curto prazo", refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

A "yield" da dívida portuguesa a dez anos tem acompanhado a tendência de agravamento da restante Europa, numa altura em que os investidores parecem mais preocupados com os esforços de defesa por parte da União Europeia e da Alemanha, que deverão levar a um aumento significativo da despesa e da emissão de obrigações soberanas e de empresas.

Ainda assim, os analistas ouvidos pelo Negócios antes da queda do Governo alertavam que a maior fragmentação parlamentar podia ter efeitos nos mercados. Na primeira reação à queda do Executivo liderado por Luís Montenegro que deverá levar a eleições antecipadas, os juros da dívida nacional seguem a acompanhar as congéneres europeias, uma sinal de que esta máxima ainda se mantém.

Notícia atualizada às 12:40h com o comentário do diretor de investimentos do Banco Carregosa

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