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Goldman Sachs avisa que os spreads de crédito nos EUA vão aumentar
Em paralelo, os especialistas do Goldman Sachs aumentaram as estimativas para os lucros europeus e esperam que os spreads de crédito na região mostrem mais resiliência.
O Grupo Goldman Sachs está a tornar-se mais cauteloso com os mercados de crédito e as ações dos EUA, tornando-se no mais recente banco em Wall Street a fazer soar os alarmes, avança esta quinta-feira a Bloomberg.
Os analistas do Goldman Sachs aumentaram drasticamente as suas previsões para os spreads de crédito nos EUA, justificando a decisão com os riscos tarifários e os sinais de que a Casa Branca está disposta a tolerar "fraqueza económica" no país a curto prazo. O banco também cortou sua meta de fim de ano para o índice S&P 500.
Em paralelo, os especialistas do Goldman Sachs aumentaram as estimativas para os lucros europeus e esperam que os spreads de crédito na região mostrem mais resiliência.
"Estamos a rever as nossas previsões de spreads para níveis que demonstrem uma reprecificação mais persistente do prémio de risco, especialmente no mercado americano", escreveram os analistas de crédito, liderados por Lotfi Karoui. O banco espera agora que os spreads dos títulos de grau de investimento dos EUA atinjam cerca de 125 pontos-base no terceiro trimestre, em comparação com a sua estimativa anterior de 84 pontos-base, refere a Bloomberg.
Em termos de ações, o Goldmand Sachs cortou sua meta de fim de ano do S&P 500 de 6.500 para 6.200 pontos, alegando uma perspetiva mais sombria para o crescimento económico e refletindo a queda deste ano para o grupo de ações das chamadas "Magnificent Seven". A nova meta implica um ganho de 11% em relação ao fecho de mercado de terça-feira.
Quanto à dívida de alto rendimento dos EUA, os analistas esperam que os spreads atinjam 440 pontos-base no terceiro trimestre, em comparação com uma projeção anterior de 295 pontos-base.
No mercado de ações, uma queda de 9% para o S&P 500 levou a que vários especialistas adotassem uma visão mais cautelosa. As equipas do Citigroup e HSBC Holdings baixaram a sua recomendação sobre ações dos EUA esta semana, enquanto o Morgan Stanley espera que o benchmark caia até 5% para 5.500 no primeiro semestre do ano.
Pelo contrário, há otimismo com os ativos europeus devido a maiores gastos fiscais e uma economia em melhoria. O índice Stoxx
Europe 600 está a caminho de superar o S&P 500 pelo melhor desempenho já registado neste trimestre. O Goldman Sachs aumentou a sua previsão para o crescimento dos lucros por ação do Stoxx Europe 600: esperam um crescimento de 4% para 2025 e 6%para os dois anos seguintes. "Esta atualização reflete uma perspetiva de crescimento económico de médio prazo mais forte na Zona Euro", escreveram os analistas.