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18 de Outubro de 2007 às 13:59

O BCP ou “wrestling” na lama

Jorge Jardim Gonçalves já não é capaz de intuir o essencial: a honra está acima da lei dos homens. O homem seráfico parece perdido na distinção entre o bem e o mal – restando-lhe, por uma vez, perfilhar o princípio filosófico da contrapartida. Acontece qu

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Jardim Gonçalves construiu uma obra – um banco – e rapidamente a afirmou na liderança do sistema financeiro português. É, pois, a última pessoa com liberdade para confundir a criação com o criador. Ele sabe que ao fazê-lo está a contribuir para a destruição de algo que só vigora pelo colectivo. Fá-lo involuntariamente? Não é crível. Ele sabe que o bem mais precioso de uma instituição financeira reside no elo de confiança com o investidor/consumidor. Ele sabe que, mais que o ridículo (e já passamos esse patamar), o perigo real surge quando uma instituição perde a respeitabilidade. E é isso que está a acontecer ao BCP – quando os milhões perdoados ao filho do presidente encontram retorno numa colecção de medalhas sem valor de mercado. O ridículo vai emergir sempre que se conheça um novo episódio – e aquilo que não passa de uma gota de água para o credor é decisivo para quem se envolveu no espírito de uma nova rede. O BCP desenhado por Jardim Gonçalves acabou por obra e graça do seu criador. O que está para vir equipara-se a um combate de “wrestling” na lama. Vai ser assim até que o preço seja apetecível. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor: seja o BPI ou qualquer outro pretendente. Já não há outra solução.
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