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Moody's mantém rating de Portugal com "outlook" estável
A agência manteve a notação de Portugal em ‘A3’ e continua também com uma perspetiva estável, abaixo do "outlook" positivo da Standard & Poor’s e da Fitch, dizendo que a robustez económica e orçamental é compensada pela procura externa mais fraca e a dificuldade de implementação de políticas devido ao governo minoritário.
A Moody's manteve esta sexta-feira o rating soberano de Portugal e o "outlook" estável, disse a agência em comunicado.
A agência continua a avaliar Portugal uma notação de ‘A3’, o que corresponde ao sétimo grau da categoria de investimento de qualidade (ou seja, quatro níveis acima de "lixo").
Foi em novembro do ano passado que subiu o rating para o clube do 'A', com "outlook" estável, colocando a avaliação de risco acima de Espanha - algo que nunca tinha acontecido.
Ao manter a perspetiva estável, a Moody’s continua abaixo do "outlook" positivo atribuído pela Standard & Poor’s e a Fitch.
A expectativa dos analistas era de que a agência pudesse também elevar o "outlook", mas a Moody’s refere que a perspetiva estável reflete que a visão da firma para o perfil de crédito de Portugal e o rating ‘A3’ se mantém equilibrada.
"A possibilidade de tendências mais positivas de robustez económica e orçamental que esperamos é compensada por potenciais fatores descendentes como uma procura externa mais fraca e a implementação mais complexa de políticas devido à fragmentação parlamentar", refere o relatório.
Já o rating de ‘A3’ reflete também desafios como "o ainda elevado rácio de dívida pública e comparado com países com ‘rating’ semelhante, embora este rácio tenha descido consistentemente desde o pico de 2020".
A economia competitiva e a economia diversificada, os relativamente elevados níveis de riqueza e a elevada força institucional são os fatores que sustentam o rating.
"O desempenho económico e orçamental continua em linha com as nossas expectativas. O ‘outlook’ económico e orçamental continua a ser sólido", refere o comunicado.
A agência prevê um crescimento do PIB real de 1,6% em 2024 e de 2,2% em 2025, depois dos 2,5% de 2023. "Os contínuos défices orçamentais juntamente com um crescimento robusto do PIB nominal devem manter o rácio de dívida pública numa forte tendência descendente" até 2025, diz a Moody’s.
O rating poderá ser pressionado em alta pela aceleração do crescimento, assinala a agência, "suportado por uma implementação mais efetiva de projetos de investimento e reformas ligadas ao PRR de Portugal".
As perspetivas de uma queda mais rápida da dívida pública, ligadas ao crescimento mais forte, também seriam favoráveis ao rating, refere a Moody’s.