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Putin está a tentar manipular Trump ao aceitar negociações sobre Ucrânia, alerta Zelensky

O Presidente russo manifestou disponibilidade para "negociações sobre as questões ucranianas" com o seu homólogo norte-americano, mas tudo não passa de "manipulação", diz o líder ucraniano.

24 de Janeiro de 2025 às 22:40
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O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky alertou esta sexta-feira que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, está a tentar "manipular" Donald Trump, ao manifestar disponibilidade para negociar com os Estados Unidos sobre a guerra na Ucrânia.

"Ele quer manipular o desejo do presidente dos Estados Unidos da América de alcançar a paz", frisou Volodymyr Zelensky, na sua mensagem diária nas redes sociais.

"Estou convencido de que nenhuma manipulação russa poderá ter sucesso agora", acrescentou.

A Presidência ucraniana já tinha advertido hoje que a Ucrânia se opõe a quaisquer negociações de paz entre Putin e Trump se Kiev e a Europa não estiverem envolvidas.

A Ucrânia receia também ser pressionada a ir para a mesa das negociações numa posição de desvantagem, uma vez que está com dificuldades na linha da frente, e ver-se obrigada a ceder à Rússia território já por estar ocupado.

O chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, há muito contra qualquer negociação com Moscovo, aventou recentemente tal hipótese, mas condicionou-a a sólidas garantias de segurança por parte do Ocidente.

O Kremlin (presidência russa), por sua vez, exige essencialmente que a Ucrânia se renda, renuncie à adesão à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental) e ceda à Rússia os territórios ucranianos que esta reivindicou como anexados - condições inaceitáveis para Kiev.

A reação ucraniana surge horas depois de Putin se ter declarado "pronto" para negociações sobre o conflito na Ucrânia com Trump, embora nem Moscovo nem Washington tenham apresentado um calendário ou uma agenda para essa discussão há muito esperada.

Moscovo, Kiev e os seus aliados estão atentos à posição que o imprevisível novo inquilino da Casa Branca (presidência norte-americana) irá adotar em relação à guerra russa na Ucrânia, à qual já afirmou várias vezes que poria rapidamente fim, mas sem nunca explicar como.

Uma conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin, há muito referida mas ainda não concretizada, é vista como um passo importante. Desde há uma semana, tanto o Kremlin como a Casa Branca têm vindo a afirmar que pretendem esse diálogo.

O Presidente dos Estados Unidos "declarou que está pronto para trabalhar em conjunto", congratulou-se esta sexta-feira Vladimir Putin, numa entrevista à televisão estatal russa.

"Nós sempre dissemos, e gostaria de sublinhar mais uma vez, que estamos prontos para essas negociações sobre as questões ucranianas", acrescentou o líder do Kremlin.

Antes, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, tinha afirmado aguardar "sinais" de Washington sobre o assunto.

Peskov não forneceu qualquer indicação quanto ao calendário ou à natureza de tais sinais, depois de, na quinta-feira, Trump ter afirmado estar preparado para se reunir com Putin "assim que possível", até mesmo "de imediato".

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