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Wall Street de "ressaca" após "rally" motivado por Trump

Os comentários do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, vieram pôr "água na fervura" nos ganhos mais recentes em Wall Street.

Reuters
15 de Novembro de 2024 às 21:18
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A sessão desta sexta-feira foi marcada pelas declarações de ontem do presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, que afirmou não estar com pressa para cortar os juros diretores nos Estados Unidos, já que a maior economia do mundo tem mostrado resiliência.

Os comentários do responsável máximo da Fed, que geraram um agravamento das "yields" do Tesouro norte-americano e pressionaram as cotadas mais sensíveis às taxas de juro, levaram Wall Street a interromper o "rally" motivado pela eleição de Donald Trump e reforçado pelo pleno dos republicanos no Congresso.

O industrial Dow Jones recuou 0,7%, para 43.444,93 pontos, ao passo que o Standard & Poor’s 500 caiu 1,32% para 5.870,61 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite foi o mais penalizado e desvalorizou 2,26% para 18.675,5 pontos. Os dois últimos índices registaram a maior descida diária em duas semanas.

Os três principais índices acabaram por registar perdas na semana, com o "rally" pós-Trump a desvanecer-se e o mercado a virar atenções para o estado da economia norte-americana e para os riscos de uma aceleração da inflação sob a presidência do candidato republicano.

Após os comentários de Powell, os "traders" aumentaram as probabilidades, de 14% para 38%, de que o banco central mantenha os juros inalterados na reunião de política monetária de dezembro. No próximo ano, o mercado perspetiva cortes de juros em apenas 71 pontos base.

Os investidores seguem também a avaliar os dados das vendas a retalho em outubro nos EUA que subiram 0,4% em outubro, face a um aumento de 0,3% esperados pelos economistas ouvidos pela Reuters.

"Nas últimas 48 horas registaram-se grandes mudanças não só devido às eleições, mas também devido aos dados económicos que foram melhores do que o esperado e ao facto de Powell ter falado em não ter de ser tão agressivo nos cortes das taxas de juro", afirmou à Reuters Adam Rich, diretor-adjunto de investimentos da Vaughan Nelson.

"As expectativas em relação aos cortes das taxas de juro diminuíram substancialmente e o mercado está também a reajustar-se após uma reação fortemente positiva às eleições nos EUA", completou.

A aumentar a volatilidade esteve também o facto de esta sexta-feira se ter registado o vencimento simultâneo de dois contratos - opções sobre ações e sobre índices de ações.

Entre os principais movimentos de mercado está a Applied Materials que caiu mais de 9% depois de ter divulgado receitas e lucros acima do esperado no terceiro trimestre do ano, mas o facto de terem dado um "guidance" mais fraco para o atual trimestre está a levar os investidores a penalizarem o desempenho da empresa em bolsa.

Por sua vez, a Domino's Pizza acabou por recuar 1,26% e a Ulta Beauty desceu 4,6%, depois de a Berkshire Hathaway, o veículo de investimento de Warren Buffet, ter anunciado que comprou uma nova participação na cadeia de "fast food" e vendeu todo o capital que tinha na companhia de cosmética.

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