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Xi Jinping avisa Trump sobre impacto de tarifas ser um "voltar atrás na história"

Na primeira reação à eleição de Donald Trump como presidente dos EUA, o presidente chinês alertou para os riscos de um retrocesso na globalização económica e de dividir um mundo "interdependente".

Donald Trump tem protagonizado várias batalhas contra a China, de Xi Jinping.
Damir Sagolj/Reuters
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O presidente chinês alertou esta sexta-feira o seu futuro homólogo Donald Trump para os riscos de um retrocesso na globalização, referindo-se às tarifas que o próximo inquilino da Casa Branca quer implementar e que podem chegar aos 60% no caso de importações da China.

Nas primeiras declarações depois da vitória do candidato republicano nas eleições presidenciais norte-americanas Xi afirmou, num discurso escrito pelo presidente chinês e lido pelo ministro do comércio Wang Wentao numa conferência da Cooperação Económica da Ásia e Pacífico (APEC na sigla em inglês), no Peru, que "bloquear a cooperação económica sob a forma de vários pretextos desculpas e dividir um mundo interdependente é voltar atrás na história".

"O mundo entrou num novo período de turbulência e mudança", escreveu, acrescentando que "o unilateralismo e o protecionismo estão a espalhar-se, a fragmentação da economia mundial está a intensificar-se" e que, por isso, "a globalização económica vê-se confrontada com vários desafios".

O presidente chinês procura, à semelhança do que foi feito durante o primeiro mandato de Donald Trump, criar uma imagem para si mesmo de líder da globalização económica. Só que desta vez as tarifas pretendidas pelo presidente-eleito dos Estados Unidos arriscam causar ainda mais problemas à já frágil recuperação da economia chinesa.

Através de Wentao, Xi expressou "total confiança" em atingir os objetivos de crescimento económico em 2025, que assumem uma aceleração do PIB na ordem dos 5%, depois de os últimos dados terem mostrado que a economia começou a acelerar em outubro, depois da entrada em vigor das primeiras medidas de estímulo à economia.

O presidente chinês deverá encontrar-se com o ainda homólogo Joe Biden no sábado, o último encontro entre os dois chefes de Estado antes de Trump assumir a presidência. A relação entre os dois líderes tem estabilizado nos últimos anos, com as duas maiores economias mundiais a encontrarem-se em reuniões de alto nível por diversas vezes.

As relações viveram, ainda assim, momentos tensos, nomeadamente com a visita da líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan em agosto de 2022 e o episódio em que os Estados Unidos abateram um alegado balão de espionagem chinês. O futuro é como sempre imprevisível, mas Trump tem escolhido fortes críticos de Pequim para cargos-chave, incluindo Marco Rubio como secretário de estado e Mike Waltz como conselheiro nacional de segurança.

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