Opinião
Depois de Menezes, o futuro de Portas
Paulo Portas enterra Menezes – “sei bem o que é uma coligação e não vou fazer o mesmo com as actuais condições” – para acautelar o futuro. O problema de Portas não passa, de facto, pelas actuais condições. Ele sabe que Menezes é futuro passado, como sabe
Quanto ao que se passa à direita de Sócrates, há que saltar por cima com a devida prudência – Portas sente que o PSD vai ter um novo figurino, sendo provável que a alteração se verifique no calendário das legislativas de 2009. Mesmo aqueles que se preparavam para sobreviver à segunda vitória de Sócrates, começam a aceitar o óbvio: o que está a acontecer não pode ser ignorado. Ângelo Correia abriu a porta, Mota Amaral abandona por dignidade, a conspiração enlaça diferenças e previne carreiras por cumprir – Durão Barroso é o exemplo de quem não pode ficar dependente das actuais circunstâncias. Menezes vai acordar todos os dias com Ribau, Mendes Bota e Rui Gomes da Silva armados contra os outros, que são todos e ninguém – num teatro de guerra que exigirá definições claras. O que fará Santana Lopes? Até quando resistirá Rui Rio? E há Marcelo, o melhor de todos, o único capaz de unir diferenças. No caldo de futuras condições, Portas sabe que também ele poderá ir na onda. Uma vitória de Sócrates sem maioria absoluta permitirá ao CDS recuperar um código de responsabilidade. Ao contrário do PSD, um partido sem emenda.
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