Outros sites Medialivre
Notícia

Maia: um concelho dominado pela indústria

Entre as empresas da Maia que mais vendem e exportam, o sector secundário tem uma presença forte. Mais de um terço do volume de negócios do concelho vem da indústria transformadora.

29 de Novembro de 2016 às 00:01
Paulo Duarte
  • Partilhar artigo
  • ...

Não é segredo que o Norte de Portugal tem uma presença forte na indústria. Isso fica bastante claro na análise da estrutura económica e empresarial do município da Maia, onde a lista das maiores e mais exportadoras empresas é dominada pelo sector secundário.

Segundo os dados da Informa D&B, entre as dez empresas do concelho que mais vendas tiveram em 2014, cinco delas são da área da indústria. Quando medido pelo volume de negócio, a maior empresa da Maia é a OCP – uma grossista farmacêutica que factura mais de 600 milhões de euros –, seguida por dois grupos industriais: a SN Maia e a RGVS Ibérica, com vendas de 391 e 177 milhões de euros, respectivamente.

Os números agregados contam uma história semelhante: 34% do volume de negócios gerado no município vem da indústria transformadora, o que compara com 25% na média nacional e 30% na Área Metropolitana do Porto.

Quando se olha para as exportações, o domínio da indústria é ainda mais claro. Sete das dez empresas que mais vendem ao exterior estão integradas nesse sector, incluindo as duas maiores: as já referidas SN Maia e RGVS Ibérica. A primeira exporta 87% daquilo que vende, a segunda, 99%. Aliás, todas as empresas industriais que estão no "top" 10 dependem do exterior para mais de 85% das vendas.

Este peso substancial da indústria também se reflecte nas classes de produtos que lideram a lista das exportações. No topo estão os metais comuns, seguidos pelo material de transporte, têxteis e máquinas e aparelhos. Muitos desses grupos de produtos também estão à frente do "ranking" de importações.

A Maia tem 20 empresas com mais de 250 trabalhadores, o que representa 0,14% do tecido empresarial, cuja média é 0,07%. É o valor mais elevado da Área Metropolitana do Porto. O volume de negócio também é mais elevado (médias de 428 vs. 293 mil euros por empresa) e está mais concentrado: 20% das vendas do concelho vêm das quatro maiores empresas, enquanto na AM Porto é 10%.

análise swot

O que é que a Maia (não) tem?

Forças
Acessibilidades  – Perto do Porto, tem 12 nós rodoviários, quatro auto-estradas, o aeroporto.
Finanças municipais A autarquia respira saúde financeira, com uma dívida relativamente baixa.
Atractividade empresarial Tem 22 mil empresas e é um dos concelhos mais exportadores do país.

Fraquezas
Zonas industriais lotadas – Não falta procura, o problema é a falta de terrenos para novas indústrias.
Portagens Vive rodeada de portagens. "Tem cinco pórticos dentro da cidade", insurge-se o autarca.
Sem hospital A Maia não tem um estabelecimento hospitalar central, apenas um hospital de dia.

Ameaças
Deslocalização da SN – Altos custos energéticos ameaçam a Siderurgia Nacional, a maior exportadora.
Portagens Apenas está assegurada a suspensão na A3 e na A4 até ao final deste ano.
Tráfego do aeroporto O contínuo crescimento gera constrangimentos urbanísticos e ambientais.

Oportunidades
Qualidade de vida – Tendo esse reconhecimento, a qualidade de vida é um factor de atractividade.
Choque fiscal A Câmara vai reduzir taxas municipais para captar investimentos imobiliários.
Expansão do metro É expectável o avanço, a prazo, da prevista expansão do metro a partir da Maia.

 

Mais notícias