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A Wymbe tem por base uma ideia que nem sempre é valorizada no sistema nacional de saúde: cada pessoa pode, com pequenas acções preventivas evitar problemas de saúde no futuro. "O sistema [nacional de saúde] é reactivo e não proactivo", salientou Hugo Sousa, um dos promotores desta plataforma. E isso acabou por ser o motor da plataforma online.
Quem se inscreve tem acesso a pequenos desafios. "Fazemos um questionário inicial que permite aos utilizadores saber como estão em diversas áreas da vida, através de uma ferramenta gráfica que trouxemos do ‘coaching’. Para que se apercebam de quais as áreas a que têm dado mais atenção e as a que têm dado menos", explicou o empresário.
Tendo em conta o que precisa de mais atenção e que tanto pode ser, por exemplo, a família, trabalho, relacionamentos, comunidade, entre outras áreas, é delineado um plano de acção para o utilizador. Começa tudo com algo muito simples, como ajustar o monitor do computador correctamente para ajudar a uma postura melhor.
Hugo Sousa reconhece que ainda há muito a fazer e admite mesmo que a facturação este ano será de "zero". O empreendedor salienta que "o nosso foco é a parte tecnológica, depois temos parcerias para a componente mais técnica. Colaboramos com uma série de profissionais [da área da saúde e bem-estar], alguns que estão desempregados e podem fazer trabalhos como ‘freelancers’. Daqui a três a cinco anos queremos ser a plataforma de referência do ‘wellness’", adiantou Hugo Sousa.
Para isso, a equipa que reuniu vai levar a cabo algumas alterações no modelo de negócios e no próprio site. "Agora conseguimos licenciar a Wymbe dentro de uma corporação e essa entidade paga pelo número de utilizadores que tem na plataforma. No futuro isto passa por um ‘fee’ das acções realizadas dentro de uma loja de programas, serviços e produtos na área do ‘wellness’. Uma rede de profissionais e empresas ligadas a esta cultura", salientou o empresário.
Actualmente, a Wymbe está a preparar projectos na Câmara da Maia e no Hospital de S. João, no Porto. Na autarquia "o objectivo é trabalhar com os colaboradores, cerca de 1000 pessoas e fazer este acompanhamento na instituição, para perceber os problemas das pessoas e orientá-las com base nos programas", referiu Hugo Sousa.
Já no caso do Hospital de S. João "o projecto é com pacientes diabéticos, da parte de pediatria. Há o seguimento dos tratamentos desses pacientes, uma espécie de ‘follow-up’ entre consultas, porque nesse espaço os profissionais não sabem o que é que os doentes andaram a fazer. Acreditamos que esta parte comportamental pode prevenir até 80% dos casos de diabetes", garantiu o fundador da Wymbe.
Negócio prepara-se para levantar voo
Os sócios da Wymbe conhecem bem as limitações de tempo dos médicos e foi por isso que avançaram com a ideia, que até começou no Brasil.
Sócios conhecem bem o sector
Os três sócios da Wymbe "têm também uma relação familiar com os médicos, conhecíamos esta realidade tínhamos um contacto bastante próximo. Os profissionais de saúde não tinham tempo para educar" os pacientes, salientou Hugo Sousa.
Mercado brasileiro na fundação
A actividade da Wymbe começou no Brasil. "Tivemos uma receptividade maior do lado de lá do oceano. Tivemos uma validação da Wymbe em dois hospitais de São Paulo, o Oswaldo Cruz e o Albert Einstein, dos maiores da América Latina. Queremos dar o salto também para outros países", salientou Hugo Sousa, que estava no Brasil quando começou o projecto.
Actualmente, o negócio da Wymbe está muito virado para o "business to business" (B2B), ou seja, para empresas, que depois disponibilizam o serviço não só para os clientes, mas também para os trabalhadores.
Aplicações são o próximo passo
A Wymbe está a trabalhar em aplicações para "smartphones" e tablets. Neste momento, a plataforma já está no sistema operativo Android e está a ser desenvolvida para o IOS da Apple, que demora mais, segundo explicou Hugo Sousa. Esta estratégia é importante para avançar com os planos da empresa no futuro.