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O dia está chuvoso e frio ou não estivéssemos quase em Dezembro, no aeroporto Francisco Sá Carneiro, mais conhecido por servir o Porto, mas que na realidade fica na Maia. O gabinete de Fernando Vieira, director da infra-estrutura, tem vista privilegiada para as operações daquele que se tem transformado num cartão de visita da cidade.
Os mais de três mil empregos directos e indirectos que gere não reflectem o verdadeiro impacto do aeroporto na Maia, onde está a maior parte da infra-estrutura. "Há um rácio que se usa na indústria: um aeroporto tem um efeito multiplicador de seis vezes relativamente a toda a actividade económica. São 18.000 postos de trabalho relacionados com a infra-estrutura", refere o responsável.
Entre 2014 e 2015, o Sá Carneiro cresceu 17% e deverá fechar este ano com um incremento de 15%, valores que o responsável acredita que serão mais conservadores no futuro, em linha com o que se passa no sector. Tem capacidade para receber até 12 milhões de passageiros por ano, com nove milhões estimados para 2016.
O aeroporto é um motor para negócios à volta, como hotéis e parques de estacionamento. Mas nem sempre a relação entre os parceiros é pacífica. A venda da empresa gestora da infra-estrutura aos franceses da Vinci levantou sérias dúvidas à autarquia. Fonte oficial da Câmara da Maia diz que há IMI que lhe é devido, falta de licenciamento das lojas que estão na entrada do aeroporto e dúvidas quanto à instalação de uns armazéns. Fernando Vieira, não comentando directamente as queixas da autarquia, garante que o relacionamento com a Câmara "é excelente" mas que "isso não significa que neste ou naquele ponto estejamos sempre de acordo".
Quem também não está de acordo com o aeroporto é a Low Cost Parking, uma empresa de estacionamento que já tem dois parques nas proximidades da infra-estrutura. O modelo de negócio da sociedade, que transporta os clientes de e para o aeroporto a partir as suas instalações, onde estão parqueados os carros, entrou em rota de colisão com a decisão da empresa recentemente privatizada em fechar o acesso grátis tanto nas partidas como nas chegadas. O caso já está em tribunal e a Low Cost Parking tem esperança que a decisão lhe seja favorável.
Miguel Seguro, um dos fundadores, conta que no primeiro dia em que entrou em vigor o pagamento, em três ou quatro horas, a sociedade acumulou uma conta de mil euros. "Íamos chegar ao fim do dia com 10 mil euros", um custo insustentável para uma empresa que factura 500 mil euros por ano.
O negócio foi lançado quando as companhias aéreas "low cost" começaram a invadir o aeroporto, em 2008/2009. Além da guerra com a Vinci, a empresa tem agora problemas de espaço que nem o novo parque, coberto, consegue colmatar. E não há como expandir nas imediações do Sá Carneiro.
Os hotéis não se queixam do crescimento do aeroporto. O recente OPO Hotel abriu no ano passado e desde aí o aumento de clientes tem sido imparável. "Notámos um aumento muito grande por mês, sobretudo a partir de Março e até Outubro, que são as alturas de maior número de clientes. Crescemos 20% face ao ano anterior e há meses em que a subida é de 30%", salientou Elisabete Duarte, directora comercial do empreendimento. O grupo Arcen, no qual o hotel se insere, nem sequer é da área do turismo. Mas os responsáveis aproveitaram "um projecto para um hotel que já tínhamos e achamos que era um bom negócio". O OPO tem 64 quartos e conta com 20 trabalhadores.
A chuva continua a cair lá fora, mas os aviões não deixam de voar e as carrinhas do Low Cost Parking continuam a transportar os passageiros. Mas a guerra entre os parceiros está para durar.
Os mais de três mil empregos directos e indirectos que gere não reflectem o verdadeiro impacto do aeroporto na Maia, onde está a maior parte da infra-estrutura. "Há um rácio que se usa na indústria: um aeroporto tem um efeito multiplicador de seis vezes relativamente a toda a actividade económica. São 18.000 postos de trabalho relacionados com a infra-estrutura", refere o responsável.
Entre 2014 e 2015, o Sá Carneiro cresceu 17% e deverá fechar este ano com um incremento de 15%, valores que o responsável acredita que serão mais conservadores no futuro, em linha com o que se passa no sector. Tem capacidade para receber até 12 milhões de passageiros por ano, com nove milhões estimados para 2016.
O aeroporto é um motor para negócios à volta, como hotéis e parques de estacionamento. Mas nem sempre a relação entre os parceiros é pacífica. A venda da empresa gestora da infra-estrutura aos franceses da Vinci levantou sérias dúvidas à autarquia. Fonte oficial da Câmara da Maia diz que há IMI que lhe é devido, falta de licenciamento das lojas que estão na entrada do aeroporto e dúvidas quanto à instalação de uns armazéns. Fernando Vieira, não comentando directamente as queixas da autarquia, garante que o relacionamento com a Câmara "é excelente" mas que "isso não significa que neste ou naquele ponto estejamos sempre de acordo".
Quem também não está de acordo com o aeroporto é a Low Cost Parking, uma empresa de estacionamento que já tem dois parques nas proximidades da infra-estrutura. O modelo de negócio da sociedade, que transporta os clientes de e para o aeroporto a partir as suas instalações, onde estão parqueados os carros, entrou em rota de colisão com a decisão da empresa recentemente privatizada em fechar o acesso grátis tanto nas partidas como nas chegadas. O caso já está em tribunal e a Low Cost Parking tem esperança que a decisão lhe seja favorável.
Miguel Seguro, um dos fundadores, conta que no primeiro dia em que entrou em vigor o pagamento, em três ou quatro horas, a sociedade acumulou uma conta de mil euros. "Íamos chegar ao fim do dia com 10 mil euros", um custo insustentável para uma empresa que factura 500 mil euros por ano.
O negócio foi lançado quando as companhias aéreas "low cost" começaram a invadir o aeroporto, em 2008/2009. Além da guerra com a Vinci, a empresa tem agora problemas de espaço que nem o novo parque, coberto, consegue colmatar. E não há como expandir nas imediações do Sá Carneiro.
Os hotéis não se queixam do crescimento do aeroporto. O recente OPO Hotel abriu no ano passado e desde aí o aumento de clientes tem sido imparável. "Notámos um aumento muito grande por mês, sobretudo a partir de Março e até Outubro, que são as alturas de maior número de clientes. Crescemos 20% face ao ano anterior e há meses em que a subida é de 30%", salientou Elisabete Duarte, directora comercial do empreendimento. O grupo Arcen, no qual o hotel se insere, nem sequer é da área do turismo. Mas os responsáveis aproveitaram "um projecto para um hotel que já tínhamos e achamos que era um bom negócio". O OPO tem 64 quartos e conta com 20 trabalhadores.
A chuva continua a cair lá fora, mas os aviões não deixam de voar e as carrinhas do Low Cost Parking continuam a transportar os passageiros. Mas a guerra entre os parceiros está para durar.
O relacionamento entre ANA, Vinci, aeroporto e Câmara da Maia é excelente. Isso não significa que neste ou naquele ponto estejamos sempre de acordo. Fernando Vieira
Director do aeroporto
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