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Quem entra pela primeira vez na Sakthi Portugal tem de passar por um ritual de iniciação à cultura da empresa, de capital indiano. "Esta é a nossa missão, a nossa estratégia, os nossos valores." Jorge Fesch, presidente da empresa, abre uma caixa, imaculadamente branca, intitulada "This Butterfly", onde se traça o futuro do grupo no nosso país.
De todas as peças saídas da caixa, há uma que Fesch faz questão de apresentar como se estivesse a trunfar à mesa da concorrência global. Saca de um pequeno envelope e, de forma segura, faz estalar na mesa, um a um, quatro pequenos cartões rectangulares. "Estes são os quatro valores que nos regem: ‘Transparency. Engagement. Proximity. Perfection’." [Transparência. Compromisso. Proximidade. Perfeição]
Durante duas horas, o líder da Sakthi Portugal, de 62 anos, foi incansável na transmissão da grande máxima do fundador do grupo, N. Mahalingam: "Our mission is to deliver to the next generation better than what we have received [A nossa missão é entregar à próxima geração melhor do que aquilo que recebemos]."
Uma missão de origem indiana que chegou ao miolo da Maia em Abril de 2007, quando a Sakthi adquiriu, em leilão, à insolvente norte-americana Intermet, a Portcast. Esta era uma fundição que tinha passado pelas mãos do grupo Jorge Mello, que rebaptizou a então Eurofer, em 1998, através de uma "joint-venture" com a Intermet.
Da original Eurofer, inaugurada em 1972, resta apenas o busto do seu fundador, Jorge Ferreirinha, que também dá nome à rua em que está instalada a Sakthi Portugal. Mas há um nome comum que atravessa a história destas instalações fabris: Jorge Fesch.
Apenas com o 12.º ano, este gestor conta que foi já com a liderança de Mello que chegou à direcção da empresa. E à semelhança do pressuposto que tinha sido anteriormente "imposto" pela Intermet, também a Sakthi terá "condicionado" a sua entrada na Maia à permanência de Fesch aos comandos da operação.
De então para cá, esta fabricante de componentes críticos de segurança para automóveis (como travões, suspensões e juntas de direcção) quase duplicou a facturação, para 92 milhões de euros em 2015, correspondente a um total de 35 milhões de componentes (69 mil toneladas de material).
"O nosso crescimento anual tem sido a dois dígitos – nas vendas e nos resultados", enfatiza o presidente da empresa. Os lucros, que foram de 3,2 milhões de euros em 2015, mais um milhão do que no ano anterior, deverão "ultrapassar os cinco milhões" no fecho do actual exercício. Emprega 520 pessoas.
70% de incorporação lusa
Mais do que os grandes números do painel financeiro da Sakthi Portugal, é o posicionamento internacional desta indústria que lhe dá uma dimensão de excelência. Tendo Fesch como guia estatístico, regista-se que a empresa maiata é 100% exportadora, atingindo uma taxa de incorporação "superior a 70%", e que detém uma quota de 20% do mercado europeu.
O que é que este último rácio significa? "Dos 20 milhões de carros que são vendidos anualmente na Europa, quatro milhões integram componentes saídos desta fábrica", garante o seu "chairman" e CEO. Mais: a Sakthi da Maia está presente em nove dos 10 modelos de automóveis mais vendidos no continente europeu. "Só não estamos no Qashqai." Palavra de Fesch.
Entretanto, encravada no meio de outras indústrias, habitações e escolas, a fábrica da Maia "chegou ao limite da sua capacidade". Respaldada por uma carteira de encomendas que atinge "os mil milhões de euros", a Sakthi Portugal decidiu abrir em Águeda uma segunda frente industrial no nosso país. Com arranque previsto para 31 de Janeiro próximo, num investimento que ultrapassou os 36 milhões de euros, a SP21, como é denominada, vai começar por empregar cerca de 130 pessoas. Mas já tem projectada a sua expansão fabril, a concretizar nos próximos seis anos, num acréscimo de investimento de 50 milhões de euros, podendo o efectivo aproximar-se dos mil trabalhadores.
Em termos consolidados, a Sakthi Portugal estima atingir uma facturação de 250 milhões de euros em 2020.
De todas as peças saídas da caixa, há uma que Fesch faz questão de apresentar como se estivesse a trunfar à mesa da concorrência global. Saca de um pequeno envelope e, de forma segura, faz estalar na mesa, um a um, quatro pequenos cartões rectangulares. "Estes são os quatro valores que nos regem: ‘Transparency. Engagement. Proximity. Perfection’." [Transparência. Compromisso. Proximidade. Perfeição]
Durante duas horas, o líder da Sakthi Portugal, de 62 anos, foi incansável na transmissão da grande máxima do fundador do grupo, N. Mahalingam: "Our mission is to deliver to the next generation better than what we have received [A nossa missão é entregar à próxima geração melhor do que aquilo que recebemos]."
Uma missão de origem indiana que chegou ao miolo da Maia em Abril de 2007, quando a Sakthi adquiriu, em leilão, à insolvente norte-americana Intermet, a Portcast. Esta era uma fundição que tinha passado pelas mãos do grupo Jorge Mello, que rebaptizou a então Eurofer, em 1998, através de uma "joint-venture" com a Intermet.
Da original Eurofer, inaugurada em 1972, resta apenas o busto do seu fundador, Jorge Ferreirinha, que também dá nome à rua em que está instalada a Sakthi Portugal. Mas há um nome comum que atravessa a história destas instalações fabris: Jorge Fesch.
Apenas com o 12.º ano, este gestor conta que foi já com a liderança de Mello que chegou à direcção da empresa. E à semelhança do pressuposto que tinha sido anteriormente "imposto" pela Intermet, também a Sakthi terá "condicionado" a sua entrada na Maia à permanência de Fesch aos comandos da operação.
De então para cá, esta fabricante de componentes críticos de segurança para automóveis (como travões, suspensões e juntas de direcção) quase duplicou a facturação, para 92 milhões de euros em 2015, correspondente a um total de 35 milhões de componentes (69 mil toneladas de material).
"O nosso crescimento anual tem sido a dois dígitos – nas vendas e nos resultados", enfatiza o presidente da empresa. Os lucros, que foram de 3,2 milhões de euros em 2015, mais um milhão do que no ano anterior, deverão "ultrapassar os cinco milhões" no fecho do actual exercício. Emprega 520 pessoas.
70% de incorporação lusa
Mais do que os grandes números do painel financeiro da Sakthi Portugal, é o posicionamento internacional desta indústria que lhe dá uma dimensão de excelência. Tendo Fesch como guia estatístico, regista-se que a empresa maiata é 100% exportadora, atingindo uma taxa de incorporação "superior a 70%", e que detém uma quota de 20% do mercado europeu.
O que é que este último rácio significa? "Dos 20 milhões de carros que são vendidos anualmente na Europa, quatro milhões integram componentes saídos desta fábrica", garante o seu "chairman" e CEO. Mais: a Sakthi da Maia está presente em nove dos 10 modelos de automóveis mais vendidos no continente europeu. "Só não estamos no Qashqai." Palavra de Fesch.
Entretanto, encravada no meio de outras indústrias, habitações e escolas, a fábrica da Maia "chegou ao limite da sua capacidade". Respaldada por uma carteira de encomendas que atinge "os mil milhões de euros", a Sakthi Portugal decidiu abrir em Águeda uma segunda frente industrial no nosso país. Com arranque previsto para 31 de Janeiro próximo, num investimento que ultrapassou os 36 milhões de euros, a SP21, como é denominada, vai começar por empregar cerca de 130 pessoas. Mas já tem projectada a sua expansão fabril, a concretizar nos próximos seis anos, num acréscimo de investimento de 50 milhões de euros, podendo o efectivo aproximar-se dos mil trabalhadores.
Em termos consolidados, a Sakthi Portugal estima atingir uma facturação de 250 milhões de euros em 2020.