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Moçambique arrisca entrar em “default” na próxima semana

Moçambique enfrenta o pagamento de uma taxa de cupão de uma obrigação emitida. JPMorgan diz que o país não tem fundos para fazer face a esse compromisso.

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Reuters
13 de Janeiro de 2017 às 18:26
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Analistas e investidores divergem sobre se Moçambique conseguirá pagar na próxima semana uma taxa de cupão de uma obrigação em dólares. Caso falhe esse pagamento, entra em incumprimento. Os analistas do JPMorgan antecipam que Moçambique não irá honrar esse compromisso. Já um antigo responsável do FMI, que representa um grupo de credores, considera que a posição de liquidez do país melhorou e que há condições para fazer esse pagamento, segundo a Bloomberg.

Em causa está o pagamento de um juro de 60 milhões de dólares na próxima quarta-feira, 18 de Janeiro, referente a uma obrigação de 727 milhões de dólares com uma taxa de cupão de 10,5% que foi emitida no ano passado. O JPMorgan defendeu, numa nota citada pela Bloomberg, que dada a retórica do governo é "bastante improvável" que esse pagamento ocorra.

Após o FMI ter cortado na assistência financeira ao país, devido à descoberta de que havia dívida no valor de mil milhões de dólares oculta, o governo moçambicano anunciou em Outubro que iria tentar um acordo com os credores para reestruturar empréstimos com garantia estatal concedidos a duas empresas públicas e também aos detentores de obrigações.

A Lazard Freres, assessor financeiro que representa o estado moçambicano, revelou que o governo não tinha fundos para fazer face aos pagamentos relacionados com a dívida este ano. E isso levou a que alguns dos obrigacionistas formassem um comité para defender a sua posição, argumentando que havia razões para terem tratamento preferencial, já que as garantias estatais dos outros empréstimos a empresas públicas eram ilegais.

Além disso, Charles Blitzer, antigo responsável do FMI que representa o grupo de obrigacionistas, considera que "a situação melhorou desde Outubro" e que Moçambique tem condições para fazer o pagamento. E avisou que "é do interesse de Moçambique e também dos detentores de obrigações que o cupão seja pago. Não vejo que haja boas consequências se isso não acontecer".
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