Esta terça-feira, 8 de Dezembro, o petróleo volta a registar uma forte desvalorização nos mercados internacionais, ainda pressionado pela decisão da organização dos países exportadores de petróleo de oficializar uma produção diária da matéria-prima acima da meta de 30 milhões de barris.

Em Londres, o Brent do Mar do Norte segue a cair 2,10% para 39,88 dólares por barril, o que representa a primeira vez que transacciona abaixo dos 40 dólares desde 20 de Fevereiro de 2009. Também o West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, está a recuar 2,05% para 36,88 dólares, depois de já ter tocado nos 36,79 dólares.

Tanto o Brent como o WTI, que negoceiam no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, estão assim em mínimos de quase sete anos depois de terem tocado no valor mais baixo desde Fevereiro de 2009. E se o Brent, que é utilizado como valor de referência para as importações nacionais, baixou dos 40 dólares, o crude negociado em Nova Iorque já quebrou mesmo a barreira dos 37 dólares por barril.

Ainda a penalizar o preço da matéria-prima está o resultado do encontro da OPEP realizado na sexta-feira da semana passada. Após a reunião, a organização revelou que não iria definir uma nova meta para a produção diária de petróleo, anunciando, porém, a manutenção da produção nos níveis actuais.

Ora, apesar de a meta estipulada pela OPEP apontar para um limite máximo de produção diária de petróleo de 30 milhões de barris, há já alguns meses que os países da organização estão a produzir cerca de 31,5 milhões de barris por dia.

Ao adiar para Junho uma decisão sobre uma nova meta, mas anunciando a continuação da produção acima dos 30 milhões de barris por dia, de certa forma a OPEP oficializou a possibilidade de os níveis de produção continuarem acima da meta estabelecida, o que significa que a oferta do "ouro negro" deverá continuar em níveis excedentários.