A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu não incluir um número para o objectivo de produção no comunicado da reunião do grupo esta sexta-feira, em Viena. Contudo, irá manter o actual nível de produção, de cerca de 31,5 milhões de barris diários, informou o grupo no final da reunião.

Um delegado da OPEP com conhecimento da decisão tinha avançado à Bloomberg que o grupo aumentou o tecto de produção de 30 milhões de barris diários para 31,5 milhões de barris, em linha com a oferta actual da OPEP. Apesar de não ter incluído esse valor no comunicado oficial, o grupo irá manter os actuais níveis de produção, comunicou o ministro nigeriano do Petróleo e presidente da conferência da OPEP, Emmanuel Ibe Kachikwu, no final da reunião.

Segundo o ministro da Nigéria, a OPEP decidiu não incluir um número, preferindo guardar esse anúncio para a reunião de Junho do próximo ano, porque pretende manter o diálogo com os concorrentes para chegar a um acordo para a estabilização do mercado.

O grupo reafirmou que só irá cortar a produção com a colaboração dos produtores fora da OPEP. Se for necessário, o grupo poderá efectuar uma nova reunião extraordinária antes de Junho, acrescentou Kachikwu.

Apesar de manter inalterado o limite formal da produção, a OPEP aumentou a produção no último ano, ultrapassando o tecto estabelecido. Em Outubro, a OPEP produziu 31,38 milhões de barris de acordo com os dados do próprio grupo. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), produziu 31,7 milhões de barris diários, ainda acima do valor referido pelo oficial da OPEP, citado pela Bloomberg. A produção deverá manter-se próxima destes valores, de acordo com as declarações do grupo, no final da reunião.

Os preços do petróleo estão a recuar, após a decisão da OPEP. O West Texas Intermediate (WTI) negociado em Nova Iorque desvaloriza 2,17% para 40,20 dólares por barril. Chegou a cotar abaixo dos 40 dólares, ao cair 3,60% para 39,60 dólares por barril. O Brent, negociado em Londres, cai 1,05% para 43,38 dólares, depois de ter já recuado um máximo de 2,67% para 42,67 euros durante a sessão. 

(notícia actualizada às 17:17 com mais informação)