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Santa Casa e Parpública abandonam venda do Hospital da Cruz Vermelha

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Parpública "apresentaram, no dia 16 de dezembro de 2024, um parecer fundamentado de ausência de condições necessárias, em termos de salvaguarda do interesse patrimonial das acionistas, para prosseguir o processo de venda".

João Cortesão
07 de Janeiro de 2025 às 12:45
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Depois de meses de impasse, a venda do Hospital da Cruz Vermelha chegou agora ao fim sem que este tenha mudado de mãos, revela um despacho publicado esta terça-feira em Diário da República, assinado pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, e pelo secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, João Silva Lopes. 

O despacho dá conta do "encerramento do processo de alienação das participações detidas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e pela Parpública da CVP - Sociedade de Gestão Hospitalar", que é a entidade gestora do hospital. A SCML detém 54,79% do capital social da CVP e a Parpública é titular de 45%. Ambas decidiram, em novembro de 2022, dar início a um "processo de alienação conjunta das participações detidas", com vista a "assegurar a viabilidade e o desenvolvimento da CVP".

Nessa altura estimaram que o processo ficasse concluído no início do terceiro trimestre de 2024, o que não aconteceu. A venda estaria sempre condicionada a um despacho de aprovação das tutelas de cada uma das entidades envolvidas.

Diz o despacho que SCML e Parpública "apresentaram, no dia 16 de dezembro de 2024, um parecer fundamentado de ausência de condições necessárias, em termos de salvaguarda do interesse patrimonial das acionistas, para prosseguir o processo de venda". No mesmo documento, ambas propõem "dar por encerrado o referido processo, fazendo uso da faculdade de não adjudicação da venda a nenhum dos proponentes".

Nos último dias de dezembro de 2024, o Jornal Económico escreveu que o processo de venda tinha entrado na fase final de 'due diligence', com a apresentação de ofertas vinculativas, mas sem que os três candidatos à compra estivessem dispostos a aceitar as condições do Estado.

Na linha da frente para a compra estavam os grupos Trofa Saúde e Sanfil Medicina, noticiou o ECO, sendo o grupo Lusíadas também candidato, apesar de o hospital acumular prejuízos superiores a 26 milhões de euros desde 2019. Em 2023 foi preciso injetar 11,2 milhões de euros no hospital, dos quais 5,03 milhões foram injetados pela Parpública e outros 6,14 milhões pela Santa Casa.

O processo de venda do Hospital da Cruz Vermelha tinha sido relançado em 2024, depois das eleições legislativas de março. Isto depois de ter sido lançado inicialmente em abril de 2023, com assessoria financeira da Caixa Banco de Investimento (Caixa BI). No entanto, a queda do anterior governo socialista suspendeu a venda. 

A intenção de venda deste hospital remonta a dezembro de 2020, quando a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa assinou a compra dos 55% que a Cruz Vermelha Portuguesa detinha na sociedade gestora do Hospital da Cruz Vermelha. No fim de 2020, estava previsto que, numa segunda fase, a Santa Casa adquirisse também as ações detidas pela Parpública, "pretendendo a Santa Casa constituir-se como única acionista". A Parpública tinha um acordo para vender os seus 45% no hospital à Santa Casa, mas o negócio não se concretizou.

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