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António Saraiva: Cruz Vermelha está “a perder dinheiro com o Estado”

Protocolos com preços desatualizados provocam desequilíbrio na relação da Cruz Vermelha com o Estado, avisa o presidente da organização. Em entrevista ao Negócios e Antena 1, António Saraiva apela à revisão dos valores.

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O presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) afirma que a instituição está a perder dinheiro com o Estado em muitas valências. Em causa estão as fórmulas de cálculo e a falta de revisão dos protocolos, diz António Saraiva em entrevista ao Negócios e Antena 1.

"O Estado ao contratualizar connosco os protocolos atribui um determinado valor por utente. Muitas destas valências são prestadas por auxiliares e só o aumento do salário mínimo absorve largamente o que recebemos. Independentemente disso, há muito tempo que há desfasamento entre o custo efetivo do utente e o que o Estado paga por esse utente", explica o presidente da instituição.

"Estamos a perder dinheiro em muitas valências com o Estado, que acaba por valer-se destas entidades para prestar um serviço que é do Estado a um custo menor. Além disso, paga com atraso", lamenta António Saraiva.

O recente protocolo com o INEM, que prevê a entrega de 40 ambulâncias ao INEM a preços atualizados, é um exemplo do que tem de ser alterado, diz. Mas há outros casos. "O Governo, reconhecendo-nos razão, está a rever alguns protocolos, dotando-os de verbas diferentes. Dou um exemplo. Temos a nosso cargo o lar militar. Há 14 anos que o Estado não revê o preço que nos paga para termos o lar militar. O Estado dá-nos 1,4 milhões por ano e o custo é 1,8 milhões. O Governo entendeu e a verba vai ser adaptada", avança o presidente da CVP.

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