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Cinco gráficos que explicam a estratégia da OPEP

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu manter a sua estratégia de preços baixos para defender a sua quota de mercado. Veja cinco gráficos sobre o grupo responsável por um terço da produção de petróleo mundial.

Bloomberg
05 de Dezembro de 2015 às 15:15
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A OPEP decidiu manter a produção de petróleo, dando continuidade à estratégia de preços baixos para pressionar os concorrentes a diminuir a produção e, assim, assegurar a sua quota de mercado. O grupo, liderado informalmente pela Arábia Saudita, tem sofrido o efeito dos preços baixos nas suas contas, mas os custos baixos de produção permitem minimizar este impacto face aos concorrentes.
Veja cinco gráficos que explicam a estratégia da OPEP.


Mais produção e manutenção da quota


A OPEP produziu 31,76 milhões de barris por dia em Outubro, de acordo com os dados do último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE). Um valor acima do então tecto de 30 milhões de barris diários. Tendo em conta este excedente, o grupo decidiu não estabelecer um número oficial para o objectivo de produção nesta reunião. Apesar da oferta do grupo ter caído ligeiramente em Outubro (0,06%) face ao mês anterior, subiu quase 4% em relação ao período homólogo, contribuindo para o aumento do excesso de oferta no mercado. A quota de mercado da OPEP também subiu ligeiramente de 32,2% para 32,71%, e as previsões da AIE apontam para um recuo maior dos EUA no futuro – uma razão para a organização insistir na estratégia.

Arábia Saudita lidera o grupo


A Arábia Saudita é o maior produtor da OPEP, responsável por 32,2% da oferta de petróleo do grupo. Em Outubro, aumentou a produção para 10,25 milhões de barris por dia, uma tendência registada em oito dos últimos dez meses, com um pico máximo de 10,6 milhões de barris, em Julho. Este facto atribui-lhe um poder de liderança informal do grupo, que lhe permite conduzir a estratégia de manutenção da oferta excedentária, apesar do descontentamento demonstrado por vários parceiros do grupo.

Iraque foi o país que aumentou mais a produção


Apesar da liderança da Arábia Saudita, o Iraque foi o país que mais aumentou a produção de petróleo no último ano. Extraiu mais 860 mil barris por dia em Outubro de 2015, face ao período homólogo. O segundo maior produtor do grupo está a produzir mais de quatro milhões de barris diários há cinco meses consecutivos, tendo atingido um máximo histórico em Junho, quando extraiu 4,4 milhões de barris. O ritmo de crescimento deverá contudo abrandar em 2016, uma vez que o país "está a sofrer o impacto do barril a 50 dólares e da batalha dispendiosa" com o auto-proclamado Estado Islâmico, disse a AIE, no último relatório mensal sobre o mercado petrolífero. Por outro lado, o Irão deverá ser o país que mais irá aumentar a oferta nos próximos meses, após o levantamento das sanções internacionais, no seguimento do acordo nuclear. 

No extremo oposto encontra-se a Líbia, o menor produtor do grupo, que reduziu a sua produção em mais de metade para 430 mil barris diários, afectada pelo conflito no país. A Líbia é um dos seis países, dos 12 estados membros, que reduziu a produção.

Petróleo nos 40 dólares desequilibra orçamentos


Os preços baixos têm penalizado os países da OPEP, cujas receitas são muito dependentes da venda de petróleo. Uma situação que tem levado vários membros a mostrar o seu descontentamento com a estratégia da Arábia Saudita. O maior produtor do grupo também necessita do barril de petróleo nos 106 dólares, mas tem compensado o impacto dos preços baixos com reservas de moeda estrangeira.

Dos 12 membros, o Qatar consegue atingir o equilíbrio orçamental com o preço mais baixo do petróleo: 55,50 dólares por barril. Um valor ainda assim cerca de 10 euros superior, à actual cotação nos mercados internacionais. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, cotava 39,93 dólares, em Nova Iorque.

Mas o barril tem um custo de produção inferior a 10 dólares


Apesar de necessitarem de um preço do petróleo mais elevado para equilibrarem os seus orçamentos, o valor actual de venda do petróleo nos mercados internacionais é ainda superior ao custo médio de produção de um barril, nos países membros da OPEP, de acordo com os dados da Rystad Energy, citados pela CNN. O Kuwait consegue produzir um barril de petróleo por 8,50 dólares – o valor mais baixo, de acordo com os dados disponíveis. Na Arábia Saudita, o custo médio de produção do barril de petróleo são 9,90 dólares.

Pelo contrário, produzir um barril no Reino Unido tem um custo médio de 52,50 dólares, acima da actual cotação do Brent, negociado em Londres, que transaccionava nos 43,31 dólares, esta sexta-feira. Os EUA conseguem um custo médio de 36,20 dólares por barril. Com uma queda de 45,8% do preço do WTI desde a reunião da OPEP em Novembro de 2014 (quando o barril transaccionava nos 73,69 dólares), a margem de lucro das petrolíferas norte-americanas também caiu.

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