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Petróleo abaixo dos 28 dólares com fim das sanções ao Irão

O fim das sanções ao Irão abre espaço para este país aumentar as exportações de petróleo, o que está a contribuir para novos mínimos na cotação da matéria-prima.

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Oil Under Pressure as Iran Set to Worsen Glut
Negócios 18 de Janeiro de 2016 às 08:45
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O petróleo abriu a semana a renovar mínimos de 12 anos, reflectindo a decisão anunciada no fim-de-semana de levantamento das sanções ao Irão, depois deste país ter cumprido o acordo assinado em Julho passado no que respeita ao desenvolvimento do seu programa nuclear.

 

O Brent, que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas, desce 2,73% para 28,15 dólares. Chegou a recuar 4,4% para 27,67 dólares, a cotação mais baixa desde Novembro de 2003. Em Nova Iorque o WTI cede 2,52% para 28,68 dólares, tendo negociado nos 28,36 dólares.

 

"Há uma pressão negativa nos preços do petróleo devido ao excesso de oferta", comentou à Bloomberg Ric Spooner, analisa da CMC Markets, assinalando que o tema Irão "não é novo, mas chegamos ao ponto em que as sanções foram removidas, pelo que o assunto estará em foco nas próximas semanas".

 

Desde o início do ano o Brent já acumula uma queda de 25%, sendo que em 2015 registou o terceiro ano consecutivo de quedas.

 

Na sexta-feira o petróleo já tinha atingido o valor mais baixo em 12 anos, com o mercado a antecipar o que iria acontecer no fim-de-semana com o levantamento das sanções ao Irão. Um cenário que aumenta as preocupações de que o Irão vá aumentar as exportações do "ouro negro" colocando mais pressão no que já é o excesso de oferta desta matéria-prima.

 

"O petróleo iraniano chegará ao mercado entre hoje [domingo] e amanhã [segunda]", explica à Bloomberg Nayal Khan, gestor do fundo Saudi Fransi Capital, da Arábia Saudita, acrescentando que "a recuperação do mercado vai depender se conseguimos que o petróleo regresse acima dos 30 dólares por barril".


O Irão é responsável por 10% das reservas mundiais de petróleo, a quarta maior e sendo o quinto membro mais relevante da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), e prepara-se para aumentar as suas exportações. O país, que já foi o segundo maior da OPEP, tem como objectivo aumentar os seus fornecimentos em 500 mil barris por dia, declarou Amir Hossein Zamaninia, vice-ministro do petróleo responsável pelo comércio e relações internacionais, em entrevista, citada pela Bloomberg.

 

Teerão espera aumentar para mais meio milhão de barris nos próximos meses, atingindo 3,2 milhões de barris/dia. Actualmente a nação utiliza 1,8 milhões de barris de petróleo nas suas refinarias e durante o período de sanções as exportações de crude iraniano seguiam para a China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Turquia e Taiwan.     

 

As fortes quedas levaram os bancos, como o Commerzbank e o Morgan Stanley a cortar as estimativas para o ano e a admitir cenários de preços mais baixos. Mas, é também esta queda que irá permitir a recuperação dos preços, ao desincentivar a produção, diz o Goldman Sachs, que reitera a confiança no "nascimento de um novo mercado touro" no final de 2016.

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