Notícia
Mota-Engil perde 178 milhões de euros em bolsa este ano
Pela 11.ª sessão consecutiva, as acções da Mota-Engil fecharam em queda. Ainda assim, a cotada travou as quedas depois do comunicado publicado no site da CMVM. No fecho marcava uma queda de 18%.
A Mota-Engil não sabe o que é valorizar, em 2016. A cotada está a negociar em queda há 11 sessões consecutivas, o que já fez o seu valor de mercado encolher em mais de 178 milhões de euros. O desempenho negativo dos títulos leva-os a negociar nos valores mais baixos desde Setembro de 2012.
A primeira sessão da semana ficou marcada pela forte queda das acções da Mota-Engil. A cotada chegou a desvalorizar 22,68% e, quando perdia 21,64% para os 1,13 euros, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou a suspensão da negociação dos títulos, a aguardar "esclarecimentos" por parte da empresa.
A cotada liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) emitiu, então, um comunicado. A Mota-Engil garantiu, em comunicado, que "desconhece qualquer facto que possa minimamente justificar o comportamento da cotação da sua acção". O grupo avançou, no entanto, com algumas indicações relativas aos seus resultados do final de 2015, ainda que preliminares.
A construtora realçou que, no quarto trimestre, os recebimentos, inclusivamente em Angola, foram positivos e revelou que a actividade na América Latina ultrapassou, em Novembro, pela primeira vez o volume de negócios da região de África.
Este comunicado levou a CMVM a levantar a suspensão das acções. Quando regressaram à negociação, os títulos travaram as quedas e a empresa fechou com uma desvalorização de 18,59% para 1,174 euros. Foram negociados 3,45 milhões de acções, o que compara com os 683,6 mil títulos transaccionados, em média, nos últimos seis meses.
Contudo, este desempenho negativo elevou para 39% a queda acumulada, desde o início do ano, pela Mota-Engil. Perdas que lhe conferem um valor de mercado de 278,8 milhões de euros, menos 178,4 milhões de euros do que no final de 2015.
Depois de ter caído 27,66%, no ano passado, a empresa tem prolongado as perdas, este ano. Uma tendência que os analistas atribuem essencialmente à queda do petróleo.
Esta descida "poderá estar relacionada com a queda do preço do petróleo", diz Albino Oliveira, analista da Fincor. O petróleo continua a afundar nos mercados internacionais, tendo chegado a negociar abaixo dos 28 dólares por barril. A Mota-Engil está exposta a esta queda dos preços através de Angola. Esta queda terá a ver com o impacto da descida do petróleo "no negócio da empresa via Angola".
"Com o levantamento das sanções ao Irão durante o fim-de-semana, a nova desvalorização do petróleo pressiona a Mota-Engil", frisa Steven Santos, do BIG. Esta pressão resulta da "importância dos mercados africano e da América Latina na sua estratégia de crescimento", acrescenta o mesmo especialista.