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Acções da Mota-Engil suspensas após queda superior a 20%

As acções da Mota-Engil foram suspensas, esta segunda-feira, de manhã, numa altura em que desvalorizavam mais de 20%. O regulador do mercado de capitais aguarda esclarecimentos.

O Haitong avalia as acções da Mota-Engil em 2,00 euros, o que implica um potencial de valorização 40%. A recomendação é de neutral.

O banco de investimento assinala que a Mota-Engil expandiu a sua actividade para África e América Latina, que são agora os seus mercados mais importantes. No final do primeiro semestre a construtora tinha uma carteira de encomendas de 4,6 mil milhões de euros, com a o mercado europeu a ter um peso de apenas 20%. O Haitong estima que a dívida líquida de 1,5 mil milhões de euros desça nos próximos tempos devido à venda da Ascendi. “Contudo, a companhia ainda não conseguiu atingir um crescimento orgânico no seu ‘cash flow’ de forma a mostrar que pode reduzir a alavancagem de uma forma sustentada”, refere o Haitong, assinalando que apesar do potencial de valorização, a recomendação é neutral devido à “necessidade de uma maior clareza sobre as encomendas em África”.
Bruno Simão
18 de Janeiro de 2016 às 10:24
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu as acções da Mota-Engil a aguardar esclarecimentos. A suspensão surgiu numa altura em que as acções registavam uma queda expressiva. A construtora seguia a desvalorizar quase 22%.

"A CMVM suspendeu a negociação da Mota-Engil a aguardar esclarecimentos" da empresa, disse fonte oficial do regulador ao Negócios. As acções seguiam a cair 21,64% para os 1,13 euros, depois de terem chegado já a desvalrozar 22,68%.

As acções da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) têm sofrido fortes desvalorizações. Ainda não valorizaram em 2016, completando esta segunda-feira, 18 de Janeiro, 11 sessões consecutivas em "terreno" negativo.

A construtora já perdeu mais de 41% do seu valor só desde o início deste ano e está a negociar nos valores mais baixos desde Setembro de 2012. Isto depois de ter desvalorizado 27,66%, em 2015. Com a forte queda das acções, a construtora apresenta um valor de mercado de 268,4 milhões de euros.

Os analistas atribuem a queda das acções da Mota-Engil nas últimas sessões à queda do petróleo. Esta segunda-feira, as acções abriram a cair 2,7%, mas acentuaram a tendência negativa. Chegaram a afundar 22,68% para os 1,115 euros e desciam 21,64% para os 1,13 euros quando foi conhecida a suspensão por parte do regulador.

Esta descida "poderá estar relacionada com a queda do preço do petróleo", diz Albino Oliveira.

O petróleo continua a afundar nos mercados internacionais, negociando já abaixo dos 28 dólares por barril. A Mota-Engil está exposta a esta queda dos preços através de Angola. Esta queda terá a ver com o impacto da descida do petróleo "no negócio da empresa via Angola".


"Com o levantamento das sanções ao Irão durante o fim-de-semana, a nova desvalorização do petróleo pressiona a Mota-Engil", diz Steven Santos, do BIG. Esta pressão resulta da "importância dos mercados africano e da América Latina na sua estratégia de crescimento", acrescenta o especialista.

Ao Diário Económico António Mota "chairman" da Mota-Engil afirmou, esta manhã, que "não há razão" para que as acções da construtora estejam a afundar mais de 21%. "Tenho pena de não ter liquidez para comprar as acções todas", afirmou o empresário.


(Notícia actualizada às 10:42 com mais contexto sobre a queda das acções)

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