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Acções da Mota-Engil suspensas após queda superior a 20%
As acções da Mota-Engil foram suspensas, esta segunda-feira, de manhã, numa altura em que desvalorizavam mais de 20%. O regulador do mercado de capitais aguarda esclarecimentos.
"A CMVM suspendeu a negociação da Mota-Engil a aguardar esclarecimentos" da empresa, disse fonte oficial do regulador ao Negócios. As acções seguiam a cair 21,64% para os 1,13 euros, depois de terem chegado já a desvalrozar 22,68%.
As acções da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) têm sofrido fortes desvalorizações. Ainda não valorizaram em 2016, completando esta segunda-feira, 18 de Janeiro, 11 sessões consecutivas em "terreno" negativo.
A construtora já perdeu mais de 41% do seu valor só desde o início deste ano e está a negociar nos valores mais baixos desde Setembro de 2012. Isto depois de ter desvalorizado 27,66%, em 2015. Com a forte queda das acções, a construtora apresenta um valor de mercado de 268,4 milhões de euros.
Os analistas atribuem a queda das acções da Mota-Engil nas últimas sessões à queda do petróleo. Esta segunda-feira, as acções abriram a cair 2,7%, mas acentuaram a tendência negativa. Chegaram a afundar 22,68% para os 1,115 euros e desciam 21,64% para os 1,13 euros quando foi conhecida a suspensão por parte do regulador.
Esta descida "poderá estar relacionada com a queda do preço do petróleo", diz Albino Oliveira.
"Com o levantamento das sanções ao Irão durante o fim-de-semana, a nova desvalorização do petróleo pressiona a Mota-Engil", diz Steven Santos, do BIG. Esta pressão resulta da "importância dos mercados africano e da América Latina na sua estratégia de crescimento", acrescenta o especialista.
Ao Diário Económico António Mota "chairman" da Mota-Engil afirmou, esta manhã, que "não há razão" para que as acções da construtora estejam a afundar mais de 21%. "Tenho pena de não ter liquidez para comprar as acções todas", afirmou o empresário.
(Notícia actualizada às 10:42 com mais contexto sobre a queda das acções)