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Mota-Engil desconhece razões para a queda das acções

Construtora realça que no quarto trimestre os recebimentos, inclusivamente em Angola, foram positivos, e revela que a actividade na América Latina ultrapassou em Novembro pela primeira vez o volume de negócios da região de África.

18 de Janeiro de 2016 às 13:31
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A Mota-Engil garante que "desconhece qualquer facto que possa minimamente justificar o comportamento da cotação da sua acção", afirma o grupo em comunicado, publicado esta segunda-feira a pedido da CMVM depois das suas acções terem recuado mais de 20%, antes de serem suspensas.

O grupo avançou, no entanto, com algumas indicações relativas aos seus resultados do final de 2015, ainda que preliminares.


Admitindo que a conjuntura de alguns mercados onde o grupo opera se revelou "muito difícil no ano de 2015", a Mota-Engil garante que "durante o quarto trimestre se registou transversalmente nas três regiões (Europa, África e América Latina) um fluxo positivo em termos de recebimentos que permitiu a redução assinalável dos níveis consolidados de endividamento entre final de Setembro e final de Dezembro".

Quase todos os países, sublinha, "contribuíram para esta performance, com especial destaque para Moçambique, México, Polónia, mas também Angola, República Checa e Portugal".

O grupo refere ainda no comunicado que tem implementado a política de refinanciamento da sua dívida em linha com o seu plano, com várias operações concluídas durante o quarto trimestre de 2015 e já durante os primeiros dias de 2016, "política essa que tem como objectivos centrais a redução do custo e o aumento da maturidade média".


No comunicado, a Mota-Engil revela ainda um "aumento assinalável da actividade na América Latina, que, pela primeira vez, em Novembro ultrapassou em volume de negócios, a região de África".

"Esta adaptação ao contexto externo tem obviamente também consequências em termos organizativos estando neste momento a ser preparada uma alteração orgânica e de gestão ao nível das subholdings que apoiam na coordenação da actividade de cada uma das referidas regiões, de que se destaca a de África, no sentido de alinhar ainda mais os objectivos do grupo com a realidade e contexto específicos dos mercados", acrescenta.

O grupo realça ainda que a sua anunciada focalização na área de recolha e tratamento de resíduos contém duas vertentes: o crescimento deste segmento e sua internacionalização (nomeadamente com novas operações na América Latina e em Omã) e a alienação de activos com nível elevado de maturidade (nomeadamente nos segmentos das concessões de transporte e logística).


Acções atenuam queda

Depois deste esclarecimento da empresa, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão das acções da empresa. O regulador decidiu suspender a negociações dos títulos da empresa antes das 10:30, numa altura em que afundavam 21,64%, depois de terem recuado já mais de 22%. 

No regresso à negociação, pouco depois das 14:00, as acções atenuaram a tendência negativa, registando uma queda de 13,66% para 1,245 euros.

As acções da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins têm sofrido fortes desvalorizações. Ainda não valorizaram em 2016, completando esta segunda-feira, 18 de Janeiro, 11 sessões consecutivas em "terreno" negativo. A construtora já perdeu mais de 41% do seu valor só desde o início deste ano e está a negociar nos valores mais baixos desde Setembro de 2012. Isto depois de ter desvalorizado 27,66%, em 2015. Com a forte queda das acções, a construtora apresenta um valor de mercado de 268,4 milhões de euros.


(notícia actualizada às 14:14 com mais informação sobre evolução das cotações) 

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