A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) proíbe a venda a descoberto com acções da Mota-Engil nesta terça-feira, 19 de Dezembro, de acordo com comunicado publicado esta segunda-feira.

O regulador do mercado de capitais anunciou a "proibição temporária de vendas a descoberto das acções representativas do capital social da Mota-Engil", refere o comunicado. Uma proibição "com efeitos a partir das 00h00m de 19 de Janeiro de 2016, até às 23h59m do mesmo dia".

O regulador justifica esta decisão com o facto de o artigo 23.º do Regulamento (UE) n.º 236/2012 prever "o poder de restringir temporariamente a venda a descoberto de instrumentos financeiros em caso de diminuição significativa do respectivo preço". Esta terça-feira, a construtora fechou a cair 18,59% para 1,174 euros.

Além disso, "a flutuação do preço das acções em causa não pode excluir a ocorrência de um fenómeno de especulação com impacto negativo", refere o mesmo documento.

A primeira sessão da semana ficou marcada pela forte queda das acções da Mota-Engil. A cotada chegou a desvalorizar 22,68% e, quando perdia 21,64% para os 1,13 euros, CMVM determinou a suspensão da negociação dos títulos, a aguardar "esclarecimentos" por parte da empresa.

A cotada liderada por Gonçalo Moura Martins (na foto) emitiu, então, um comunicado. A Mota-Engil garantiu, em comunicado, que "desconhece qualquer facto que possa minimamente justificar o comportamento da cotação da sua acção". O grupo avançou, no entanto, com algumas indicações relativas aos seus resultados do final de 2015, ainda que preliminares.

A cotada está a negociar em queda há 11 sessões consecutivas, o que já fez o seu valor de mercado encolher em mais de 178 milhões de euros, neste período. Este desempenho negativo elevou para 39% a queda acumulada, desde o início do ano, pela Mota-Engil. 

(Notícia actualizada às 19:09 com mais infornação)