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Haitong: Mesmo depois da queda, Mota-Engil "não está interessante"

O banco de investimento alerta para os vários riscos em torno da construtora. Neste sentido, apesar de os títulos estarem agora mais baratos, não recomenda aos investidores a compra. Mantém uma posição "neutral".

19 de Janeiro de 2016 às 09:53
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A Mota-Engil viveu uma segunda-feira "negra" na bolsa nacional. As acções chegaram a perder mais de 20%, a maior queda desde 1994. Uma descida súbita para a qual a empresa não encontra uma explicação. O Haitong também não, mas diz que mesmo depois da forte desvalorização, os títulos "não estão interessantes". Podem "parecer baratos", mas o banco não recomenda aos investidores que comprem.

 

A queda foi tão brusca que o regulador do mercado decidiu suspender a negociação, ficando a aguardar esclarecimentos da empresa. A Mota-Engil reagiu, afirmando que não encontra uma razão específica para a súbita perda de valor em bolsa. Chegou a desvalorizar 22,68%, fechando a sessão a cair 18,59% para 1,174 euros. Os títulos recuaram para mínimos de 2012.

 

A empresa liderada por Gonçalo Moura Martins não encontra explicações, nem o Haitong. "No entanto, tendo em conta o difícil contexto de mercado, pensamos que a Mota-Engil não está interessante", diz o analista Nuno Estácio. E elenca as razões: "elevado endividamento, presença nos mercados emergentes muito dependentes do preço das matérias-primas" e "dúvidas sobre a sustentabilidade da geração de fluxos de caixa que possam ser libertados", ou seja, que possam alimentar os dividendos.

 

Neste sentido, o banco de investimento diz que "apesar de acções poderem parecer baratas, mantemo-nos neutrais devido aos elevados riscos que os principais mercados da Mota-Engil estão a enfrentar e aos potenciais impactos negativos que estes podem ter na empresa".

 

O Haitong tem uma avaliação de 2,00 euros por acção para a Mota-Engil. Esse preço-alvo está 67% acima da actual cotação dos títulos da construtora no mercado nacional. A Mota-Engil já esteve a valorizar 8,09%, mas segue a ganhar 1,79% para cotar nos 1,195 euros, numa sessão que está a ser de recuperação para a bolsa de Lisboa e para as da Europa. 

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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