Notícia
Bolsa sobe pela primeira vez em quatro sessões
A bolsa nacional colocou fim a uma série de três sessões de fortes perdas, mas marcou ganhos longe dos registados na Europa. A queda de quase 10% do BCP para mínimos de 2012 impediu maiores ganhos.
A bolsa nacional fechou em alta pela primeira vez em quatro sessões, com o índice português a ser impulsionado pelas cotadas ligadas ao sector energético, num dia em que o sector bancário impediu maiores ganhos.
O PSI-20 subiu 0,55% para 4.679,01 pontos, com 13 cotadas em alta e quatro em terreno negativo. Nas três sessões anteriores de quedas o índice tinha perdido mais de 9%.
A subida de hoje permitiu ao PSI-20 limitar as perdas acumuladas no ano e recuperar do mínimo desde 2013 fixado na véspera. O principal índice da bolsa nacional está agora a recuar 11,93% em 2016.
Na Europa a tendência também foi de ganhos, mas bem mais acentuados. O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, avança 1,15% para 332,43 pontos, depois de ter atingido ontem o valor mais baixo desde Dezembro de 2014. A impulsionar está sobretudo o sector mineiro e as empresas exportadoras, num dia que é de recuperação também para os preços do petróleo. O Brent de Londres ganha, nesta altura, 2,66% para 29,31 dólares, tendo já chegado nesta sessão aos 30 dólares.
Além da recuperação dos preços da matéria-prima, também os dados sobre o crescimento da economia chinesa estão a impulsionar os índices europeus. Apesar de o PIB da segunda maior economia do mundo ter subido em 2015 ao ritmo mais lento desde 1990, os dados não foram tão negativos como se podia temer e aumentaram, por outro lado, a expectativa de mais estímulos à economia por parte das autoridades chinesas.
Além disso, o FMI reviu esta terça-feira em alta as perspectivas para o crescimento da economia da Zona Euro. Puxada pela Alemanha e por Espanha, a Zona Euro deverá acelerar em 2016 e crescer 1,7%.
A grande maioria dos índices europeus fechou o dia com ganhos acima de 1% e Wall Street, depois da pausa de ontem devido ao feriado, também está a negociar em terreno positivo.
Na bolsa nacional, a Galp Energia e a EDP foram as cotadas que mais puxaram pelo PSI-20. A petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva valorizou 1,11% para 9,59 euros, enquanto a EDP ganhou 1,33% para 3,307 euros. Ainda na energia, a EDP Renováveis valorizou 0,45% para 6,712 euros.
Com uma forte subida segue também a Mota-Engil, que chegou a ser suspensa na segunda-feira, na sequência de uma desvalorização superior a 22%. A construtora valorizou 3,07% para 1,21 euros. Numa nota divulgada esta terça-feira, o Haitong considera que, mesmo depois da forte desvalorização, os títulos "não estão interessantes". Podem "parecer baratos", mas o banco não recomenda aos investidores que comprem. Ainda neste sector, a Teixeira Duarte apreciou 1,06% para 0,285 cêntimos.
No retalho, a Jerónimo Martins valorizou 0,6% para 10,985 euros e a Sonae somou 0,66% para 92,1 cêntimos. A Nos também impulsionou o PSI-20 com uma valorização de 3,51% para 6,453 euros.
Banca pressiona
O sector bancário impediu maiores ganhos no índice português, tendo no final da sessão invertido para terreno negativo. O BCP destacou-se, com uma queda de 9,95% para 3,5 cêntimos, a cotação mais baixa desde Setembro de 2012, numa sessão em que os juros das obrigações do banco voltaram a subir. A "yield" dos títulos com maturidade em Fevereiro de 2017 aproximou-se dos 7%. O prémio de risco da dívida soberana portuguesa tocou ontem em máximos de seis meses, sendo qu ehoje esteve estável.
Também em terreno negativo negociou o BPI, com uma queda de 1,99% para 0,936 euros.
O Negócios noticia esta terça-feira que as últimas decisões sobre a banca voltaram a colocar o país no centro das atenções, mas pelos piores motivos, sendo que a fuga de investidores da dívida do sector financeiro está também a contagiar as taxas exigidas à República.
(Notícia actualizada às 16:55 com mais informação)