A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) antecipa que os concorrentes, nomeadamente os produtores de petróleo de xisto nos EUA e Canadá, vão reduzir a produção, devido ao impacto dos preços baixos. Assim, a oferta de petróleo fora da OPEP deverá cair em 660 mil barris diários este ano, revela o grupo no relatório mensal, publicado esta segunda-feira.

Com a queda da oferta nos países fora do grupo, a OPEP estima que a procura pelo seu petróleo irá ascender aos 31,6 milhões de barris diários em 2016, o que representa mais 1,7 milhões de barris do que a estimativa para 2015. Ainda assim, a OPEP está a produzir mais petróleo do que esta estimativa para a procura. Em Dezembro, produziu 32,18 milhões de barris em Dezembro.

A oferta de petróleo do grupo em Dezembro representa, contudo, uma queda face ao mês anterior. Os 13 membros, que incluem agora a Indonésia, produziram menos 210 mil barris no último mês de 2015. A Nigéria e a Arábia Saudita foram os países que mais contribuíram para a redução da oferta, de acordo com as fontes secundárias, que serviram de base aos cálculos do relatório.

Pelo contrário, o Irão aumentou a oferta em 5,7 milhões de barris, em Dezembro, ainda antes do levantamento das sanções internacionais, que permitem ao país retomar as exportações. A perspectiva de novos barris de petróleo no mercado tem pressionado as cotações. O Brent, negociado em Londres, chegou a recuar um máximo de 4,28% para 27,70 dólares por barril esta segunda-feira, um mínimo de 2003. Em Nova Iorque, o  West Texas Intermediate (WTI) tocou nos 28,36 dólares.

Após a publicação do relatório, o petróleo inverteu a tendência de queda e segue a valorizar mais de 1%. O Brent, que serve de referência para as importações europeias, está a subir 1,00% para 29,23 dólares. O WTI avança 0,24% para 29,49 dólares por barril.