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Juro da dívida de Itália em alta a contrariar restantes periféricos depois do corte do rating da S&P

A taxa de juro de Portugal continua em queda, depois de ter batido mínimos históricos nas três sessões anteriores com os investidores confiantes com a perspectiva do BCE aprovar novas medidas de estímulos. A taxa de juro da Irlanda também recua depois da S&P ter feito um "upgrade" da sua dívida.

08 de Dezembro de 2014 às 10:35
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A taxa de juro da dívida de longo prazo de Itália está a subir no mercado secundário depois do corte de rating da Standard & Poor's. O juro a 10 anos está a subir 3 pontos base para 2,007% na sessão desta segunda-feira, 8 de Dezembro.

 

Foi no final da semana passada que a agência de notação financeira Standard & Poor's cortou o rating transalpino em um nível. Itália tem agora uma classificação de 'BBB-', um nível acima de lixo. A agência justificou a decisão com o "forte aumento da dívida, conjugado com o baixo crescimento e a deterioração da competitividade".

 

Os analistas consideram, no entanto, que a reacção negativa deverá ser temporária. "O corte do rating da S&P foi uma surpresa e causou uma correcção nas obrigações soberanas. Mas isto deverá durar pouco dadas as expectativas sobre um programa de compra de dívida pública no início de 2015" por parte do Banco Central Europeu (BCE), disse à Bloomberg o analista Nick Stamenkovic da RIA Capital Markets.

 

Já a taxa de juro de referência da Irlanda perde 1 ponto para 1,372%. Isto acontece depois da S&P ter aumentado a notação de dívida de longo prazo para ‘A’, o sexto grau da categoria de investimento, com uma perspectiva estável. A agência justificou a sua decisão pela "convicção de que as perspectivas de crescimento económico da Irlanda são sólidas".

 

Também a taxa de juro de Portugal a longo prazo está em queda e recua 0,6 pontos para 2,742%. O juro a 10 anos de Portugal quebrou recordes na semana passada: nas sessões anteriores bateu um mínimo histórico por três dias consecutivos. O mínimo está agora nos 2,725% alcançado durante a sessão de sexta-feira, 5 de Dezembro.

 

As descidas aconteceram devido à confiança nos mercados que o BCE poderia aprovar novas medidas de estímulos na sua reunião mensal da passada semana.

 

Do encontro acabou por não sair nenhum anúncio, mas Mario Draghi garantiu que o BCE poderia alterar "no início do próximo ano, o tamanho, o ritmo e a composição" das actuais medidas de estímulo. Sublinhou também que existe unanimidade no conselho do BCE para aprovar medidas não convencionais para combater a baixa inflação e estimular a economia real.

 

Os ministros das Finanças da Zona Euro vão reunir-se esta segunda em Bruxelas com a situação de Portugal na agenda, por se encontrar no lote de sete países da Zona Euro que está em risco de "incumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento".

 

O Eurogrupo também vai analisar o primeiro relatório da troika pós-programa de ajustamento. Nele, a Comissão e o BCE criticaram a "diminuição considerável de reformas estruturais" em Portugal desde a saída da troika. Por seu turno, o FMI apontou que o Orçamento do Estado para 2015 "não está em linha" com os comprimissos já assumidos.

 

Os parceiros europeus também se vão debruçar sobre a Grécia, depois do Parlamento helénico ter aprovado ontem o Orçamento para o próximo ano. No entanto, o documento não contém 1.700 milhões de euros de cortes pedidos pela troika, num momento em que a Grécia prepara a sua saída do programa de ajustamento.

 

A taxa de juro a 10 anos de Espanha recua 0,4 pontos para 1,829%, enquanto a da Grécia perde 1,2 pontos para 7,215%. 

 

As duas maiores economias do euro vão em sentido contrário neste sessão. A Alemanha desce 0,4 pontos para 0,776%, enquanto França sobe 1,1 pontos para 1,042%.

 

Já na Holanda o juro sobe 0,1 pontos para 0,893%, enquanto na Finlândia perde 0,1 pontos para 0,849%.

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