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Nowotny: Compra de dívida pública pelo BCE pode ser "valiosa" mas deve ser debatida com "cuidado"
O austríaco garantiu que o BCE está comprometido em aumentar o seu balanço em um bilião de euros para os três biliões de euros no total. A ser aprovado, o programa de compra de obrigações soberanas tem de estar dentro do mandato da autoridade monetária.
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O Banco Central Europeu (BCE) está a equacionar a possibilidade de aprovar mais medidas de estímulos no próximo ano. A garantia foi deixada por Ewald Nowotny (na foto), membro do Conselho do BCE, que considera que a compra de dívida pública poderá ser importante para baixar a inflação e promover o crescimento económico na Zona Euro.
"Como uma medida de apoio no contexto de um plano mais abrangente, pode certamente ser valiosa", disse Ewald Nowotny esta segunda-feira, 8 de Dezembro, durante um discurso em Frankfurt, citado pela Bloomberg.
O banqueiro é considerado um dos membros mais conservadores do Conselho do BCE, um dos falcões que, ao lado de países como a Alemanha, Holanda e Finlândia, defende uma política monetária menos expansionista.
Para o também governador do banco central austríaco, a agenda das próximas reuniões vai ser marcada pelo alargamento de compra de mais activos.
"Existe a possibilidade de debate sobre a dívida corporativa e podemos então pensar noutras coisas", admitiu, sublinhando que a dívida pública vai mesmo ser o tema principal em cima da mesa. "Estamos a pensar especificamente nas obrigações soberanas".
Sobre a compra de dívida pública, ou programa de "quantitative easing" semelhante ao usado pela Reserva Federal norte-americana, Nowotny considera que o mesmo terá de "ser debatido com cuidado".
"É claro que, se o QE vai ser aprovado, isto tem de estar dentro dos limites legais. Isto é seguramente um dos pontos que nós temos de olhar em detalhe", defendeu.
O austríaco sublinhou que o BCE está comprometido em aumentar o seu balanço em um bilião de euros para os três biliões de euros no total.
Foi na semana passada que o presidente do BCE apontou que novas medidas de estímulo só serão analisadas no próximo ano. Mario Draghi disse que o banco central poderia alterar "no início do próximo ano, o tamanho, ritmo e composição" das actuais medidas de estímulo.