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Juros da dívida de Portugal batem mínimo histórico pela quarta sessão consecutiva

Os juros da dívida estão a recuar em toda a Zona Euro depois de um dos falcões do Banco Central Europeu, Ewald Nowotny, ter vindo a público defender que a compra de dívida pública é "valiosa" para combater a baixa inflação e estimular o crescimento.

08 de Dezembro de 2014 às 13:30
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Portugal continua a registar uma queda dos juros nos mercados secundários de dívida. O juro da dívida de longo prazo voltou a alcançar um mínimo histórico pelo quarto dia consecutivo.

 

A taxa de juro a 10 anos recuou três pontos base para 2,717% na sessão desta segunda-feira, 8 de Dezembro, um novo mínimo depois dos 2,725% alcançados na sessão anterior.

 

As taxas de juro de dívida de longo prazo estão a recuar por toda a Zona Euro depois de Ewald Nowotny, membro do Conselho do BCE, ter vindo a público defender que a compra de dívida pública pode vir a ser "valiosa" como forma de combater a baixa inflação e promover o crescimento económico.

 

É que, entre os governadores de bancos centrais do euro, Ewald Nowotny encontra-se do lado dos falcões, a par do alemão Jens Weidmann, do holandês Klaas Knot e do finlandês Erkki Likanen. Estes banqueiros defendem uma política monetária menos expansionista, o contrário do que se tem vindo a passar este ano, com várias medidas de estímulos já aprovadas por Frankfurt.

 

Os mercados  estão agora confiantes que a aprovação do programa de compra de obrigações soberanas ("quantitative easing") pode vir a ser aprovado mais cedo do que o previsto, em Janeiro, por exemplo, e não Março como apontado até recentemente pelos analistas.

 

Recorde-se que Mario Draghi garantiu na passada semana que o BCE poderia alterar "no início do próximo ano, o tamanho, o ritmo e a composição" das actuais medidas de estímulo. Sublinhou também que existe unanimidade no conselho do BCE para aprovar medidas não convencionais de estímulo à economia.

 

Estão assim a registar-se quedas nas maiores economias do Sul: Espanha desce 3,2 pontos para 1,80% e Itália perde 1,2 pontos para 1,965%. A dívida italiana conseguiu assim contrariar a tendência negativa da abertura,  depois da Standard & Poor's ter cortado o rating transalpino em um nível. A agência justificou a decisão com o "forte aumento da dívida, conjugado com o baixo crescimento e a deterioração da competitividade".

 

As maiores economias do euro também registam uma tendência negativa. França recua 4,7 pontos para 0,984%, enquanto a Alemanha perde 4,9 pontos para 0,731%. Mais a Norte, a Finlândia desce 4,7 pontos para 0,802%, enquanto a Holanda perde 4,6 pontos para 0,846%.

 

Nos restantes periféricos, a Grécia recua 1,3 pontos para 7,214%, no dia em que o Eurogrupo se vai debruçar sobre a situação na Grécia, depois do Parlamento helénico ter aprovado ontem o Orçamento para o próximo ano. No entanto, o documento não contém 1.700 milhões de euros de cortes pedidos pela troika, num momento em que a Grécia prepara a sua saída do programa de ajustamento.

 

Já a Irlanda perde 3,9 pontos para 1,343%, depois da S&P ter aumentado a notação de dívida de longo prazo para ‘A’, o sexto grau da categoria de investimento, com uma perspectiva estável. A agência justificou a sua decisão pela "convicção de que as perspectivas de crescimento económico da Irlanda são sólidas".

 

Os ministros das Finanças da Zona Euro vão reunir-se esta segunda em Bruxelas com a situação de Portugal na agenda, por se encontrar no lote de sete países da Zona Euro que está em risco de "incumprimento das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento".

 

O Eurogrupo também vai analisar o primeiro relatório da troika pós-programa de ajustamento. Nele, a Comissão e o BCE criticaram a "diminuição considerável de reformas estruturais" em Portugal desde a saída da troika. Por seu turno, o FMI apontou que o Orçamento do Estado para 2015 "não está em linha" com os comprimissos já assumidos.

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