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Analistas confiantes no sucesso da oferta sobre o BPI

A oferta do La Caixa sobre o BPI não surpreendeu completamente os analistas contactados pelo Negócios que acreditam no seu sucesso. Os investidores devem aproveitar o prémio oferecido para vender as acções.

Bruno Simão/Negócios
17 de Fevereiro de 2015 às 15:13
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O espanhol CaixaBank (La Caixa), a quem são imputáveis 44,29% dos direitos de voto do BPI, lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o banco português. A instituição oferece 1,329 euros por acção do BPI, um prémio de 27% face à cotação de fecho de segunda-feira.

 

"A proposta do CaixaBank não era esperada, mas também não é uma surpresa completa, tendo em conta que já era o seu principal accionista e o seu interesse em crescer no mercado ibérico", explica Juan Carlos Calvo, analista do BESI, ao Negócios. Uma posição partilhada por Javier Bernat. "Tendo em conta que o La Caixa controla mais de 44% do BPI sempre houve a probabilidade de que tentasse assumir um maior controlo do banco, mas esperaria que o fizesse a mais longo prazo, num contexto de maior estabilidade dos mercados", resume o analista do Beka Finance.

 

Não tendo sido completamente surpreendidos pelo anúncio do CaixaBank, os analistas acreditam que as suas intenções serão bem-sucedidas. "Existe uma elevada probabilidade de sucesso na operação, já que as condições impostas pelo La Caixa serão asseguradas facilmente: obter mais de 50% do capital (quando já têm 44,1%) e deixar cair a limitação dos 20% de direitos de voto", defende João Pereira Leite, director de investimentos do Banco Carregosa.

 

"Acredito que o CaixaBank vai conseguir, pelo menos, mais de 50% do capital do BPI", diz Javier Bernat para quem a principal dificuldade da operação será "garantir o fim da limitação dos direitos de voto que terá que ser aprovado em assembleia geral pelos accionistas", um evento que será "chave" para o sucesso da operação.

 

Esta operação faz "muito sentido estratégico" para o banco espanhol e permite eliminar o limite de 20% dos direitos de voto, acredita o analista do BESI. Também o especialista do Beka Finance realça que, "estrategicamente, esta operação é positiva para o CaixaBank que vai reforçar a sua posição na Península Ibérica".

 

Investidores devem aceitar oferta

 

O valor oferecido pelo banco liderado por Gonzalo Gortázar "representa um prémio mais elevado do que o habitual, se bem que a previsão de sinergias é também mais elevada do que o habitual", defende Juan Carlos Calvo. Nesse sentido, "a oferta terá uma elevada aceitação entre os accionistas do BPI, pelo prémio oferecido", estima o analista do BESI.

 

Também João Pereira Leite acredita que os investidores "devem aproveitar a OPA para vender a sua participação". "Vender agora a 1,329 euros é uma boa opção, considerando que a este preço um accionista está a pagar um prémio significativo pelos activos portugueses, face a outros bancos cotados em Portugal", acrescenta o director de investimentos do Banco Carregosa. 

 

E uma melhoria da oferta é afastada pelos analistas ouvidos pelo Negócios. "Não haverá uma revisão em alta do preço, pois a OPA foi feita de acordo com as exigências da CMVM (acima da cotação média dos últimos 180 dias de negociação) e também dificilmente haverá uma nova entidade a apresentar uma contra-OPA pois o banco é controlado em 44% pelo actual oferente", antecipa o director de investimentos do Banco Carregosa.

 

O anúncio do La Caixa levou as acções do BPI a disparar. Os títulos seguem a somar 26,37% para os 1,318 euros. Uma tendência positiva que, acreditam os analistas, será mantida no curto prazo. "As acções do BPI já ajustaram para o preço da OPA e deverão continuar próximas desse valor nas próximas sessões", refere João Pereira Leite. O especialista do BESI também acredita que "as acções do BPI vão cotar perto do preço da oferta até que esta seja concluída".

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