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FMI: Limpar malparado pode dar mais 600 mil milhões em crédito à Zona Euro

O FMI defende que será necessário um crescimento do crédito para garantir o crescimento económico dos países do euro. E diz que se se limpar o malparado, há margem para que os bancos assegurem esse financiamento.

Bruno Simão
07 de Outubro de 2015 às 15:00
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Os bancos europeus têm procurado limpar os seus balanços de crédito em incumprimento, ao mesmo tempo que as provisões para estes financiamentos melhoram. Estão no bom caminho, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que será preciso fazer mais. Defende que acelerar a limpeza do malparado poderia permitir o desbloqueio de mais 600 mil milhões de euros de novo crédito que, diz, é fundamental para garantir o crescimento da Zona Euro.


"Apesar dos rácios de capital dos bancos ter melhorado – tornando os bancos mais seguros – a capacidade de estes concederem financiamento mantém-se constrangida, e as expectativas de rentabilidade estão reprimidas", diz o FMI. "No final de 2014, os créditos malparados bloquearam cerca de 52 mil milhões de euros, ou 3% do capital, nos bancos da Zona Euro", nota, acrescentando que "reduzir os créditos em incumprimento poderia libertar o capital dos bancos e encorajar o crescimento do crédito". "Um crescimento do crédito será necessário para garantir uma base mais alargada para o crescimento da Europa", remata.


No relatório de estabilidade financeira, o FMI diz que "apesar das perdas [com o reconhecimento adicional de 5% de perdas com estes créditos], os bancos poderiam libertar capital" ao desfazerem-se desses créditos em incumprimento dentro do prazo actual dos processos (três anos), vendendo-os a investidores que depois os procurarão recuperar. O problema, diz o FMI, está no preço a que esses créditos podem ser "limpos", inferior ao que está no balanço. Para isso, defende mais facilidade nos processos de incumprimento de crédito.


"Se os créditos malparados fossem vendidos aos investidores com uma expectativa de retorno de 10%, 602 mil milhões de nova capacidade de crédito (o equivalente a 3,7% aos créditos concedidos pelos bancos da Zona Euro) poderiam ser obtidos no total dos países do euro, dos quais 373 mil milhões ficariam disponíveis nos países não "core" da Zona Euro, desde que os prazos para os processos de incumprimento no crédito fossem reduzidos para um ano", remata.

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