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FMI pede máxima urgência nas reformas estruturais
As reformas concretas variam de país para país mas os objectivos são comuns: aumentar a oferta e procura de trabalho, o investimento e a produtividade, refere a instituição dirigida por Christine Lagarde.
"A implementação de reformas estruturais adicionais para enfrentar os desafios do crescimento está a tornar-se ainda mais urgente". A advertência do Fundo Monetário Internacional (FMI) foi renovada nesta quinta-feira, 8 de Outubro, em véspera do encontro anual organizado pela instituição que levará desta feita a Lima, capital do Peru, dezenas de ministros das Finanças e de governadores de bancos centrais de todo o mundo.
"Algumas reformas podem ter potenciais efeitos negativos a curto prazo ao afrontarem interesses corporativos e pressões populistas". Mas "decisivamente, combater a rigidez estrutural e a má alocação de recursos é urgentemente necessária para elevar o potencial de crescimento e manter e melhorar os padrões de vida".
As reformas concretas variam de país para país mas os objectivos são comuns: aumentar a oferta e procura de trabalho, o investimento e a produtividade, refere o FMI, ao constar que, face à fraca margem orçamental e à persistente incerteza, os decisores políticos estão "cada vez mais a braços com compromissos difíceis".
Neste contexto, diz a instituição presidida por Christine Lagarde, é fundamental reforçar a cooperação e a coordenação internacional de políticas, e o próprio papel do FMI, porque vários problemas são transnacionais, como é o caso das alterações climáticas, da escassez de água e das crescentes pressões migratórias.
O FMI voltou a rever nesta semana em baixa a sua previsão para o crescimento da economia global, antecipando agora que o mundo cresça 3,1% neste ano, abaixo dos 3,4% registados em 2014. Será o quinto ano consecutivo de desaceleração. Para 2016 espera-se ainda que a economia mundial ponha o pé no acelerador e se expanda 3,6%, mas – adverte o Fundo – a balança dos riscos passou agora estar mais inclinada para o lado negativo. Em Abril, a organização sedeada em Washington antecipava que o produto interno bruto (PIB) mundial crescesse 3,5%, tendo em Julho revisto esse número em baixa para 3,3%.
As novas previsões trimestrais reflectem "um crescimento mais fraco em países exportadores de petróleo, a desaceleração na China, e uma perspectiva mais fraca para os exportadores de outras matérias-primas, inclusive na América Latina. Além disso, as tensões geopolíticas e as lutas internas em vários países continuam a ser elevadas, com custos económicos e sociais imensos".