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Mapa: Quanto vão crescer as principais economias mundiais
O FMI actualizou esta terça-feira as suas previsões para a economia mundial, que vai crescer menos do que o previsto anteriormente. Veja o mapa com os números das principais economias.
Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a rever em baixa a sua previsão para o crescimento da economia global, antecipando agora que o mundo cresça 3,1% neste ano, próximo do patamar que muitos economistas consideram ser o limiar de um quadro recessivo e abaixo dos 3,4% registados em 2014. Este será, assim, o quinto ano consecutivo de desaceleração mundial. Para 2016, a instituição liderada por Christine Lagarde espera ainda que a economia mundial ponha o pé no acelerador e se expanda 3,6%, mas - adverte o Fundo - a balança dos riscos passou a estar mais inclinada para o lado negativo. Em Abril, a organização sedeada em Washington antecipava que o produto interno bruto (PIB) mundial crescesse 3,5%, tendo em Julho revisto esse número em baixa para 3,3%.
As novas previsões trimestrais, divulgadas nesta terça-feira, reflectem um arrefecimento nos países emergentes que, durante os anos mais agudos da Grande Crise, resistiram melhor do que o mundo desenvolvido. A China crescerá 6,8% e 6,3% neste ano e no próximo, abaixo dos 7,3% registados em 2014, ao passo que Brasil e Rússia estão mergulhados em cavadas recessões.
Recessão no Brasil duplicou em três meses
As perspectivas em torno do desempenho da economia brasileira voltam, aliás, a ser alvo revisões dramáticas: face a Julho último, o FMI cortou mais 1,5 pontos e espera agora que a maior economia da América latina encolha o dobro, ou seja, 3% neste ano e mais 1% em 2016. A Rússia sofrerá uma contracção de 3,8% neste ano e de 0,6% em 2016. Angola, que tem sido uma bóia para muitas empresas portuguesas, crescerá, mas menos: 3,5% neste ano e no próximo, o ritmo mais baixo desde 2010.
"O quinto ano consecutivo de desaceleração do crescimento reflecte uma combinação de factores: o crescimento mais fraco em países exportadores de petróleo, a desaceleração na China, e uma perspectiva mais fraca para os exportadores de outras matérias-primas, inclusive na América Latina. Além disso, as tensões geopolíticas e as lutas internas em vários países continuam a ser elevadas, com custos económicos e sociais imensos", resume Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI.
Face ao desempenho do ano passado, espera-se uma "modesta recuperação nas economias avançadas", em particular nos Estados Unidos, que acelerarão de 2,4% em 2014 para 2,6%, antes de chegar a 2,8% em 2016. Mas o Japão e a Zona Euro permanecem anémicos. A economia nipónica crescerá neste ano e no próximo abaixo de 1%, enquanto a união monetária europeia deverá crescer 1,5% neste ano e 1,6% no próximo - pouco, ainda que acima dos 0,9% registados em 2014. Neste contexto, o FMI volta a recomendar em particular ao Banco Central Europeu que mantenha uma política acomodatícia, pedindo aos governos europeus mais reformas estruturais para "fortalecer a participação no mercado de trabalho" e "reduzir os entraves à entrada nos mercados de produtos e serviços". No caso dos países com contas em ordem - cita-se a Alemanha e a Holanda - o FMI volta a sugerir uma política mais expansionista, através de mais "investimento público, especialmente em infra-estruturas de qualidade". Para os demais países do euro, entre os quais se inclui Portuga - para o qual continua a antecipar um crescimento económico de 1,6% para este ano, seguido de uma desaceleração no próximo para os 1,5%- o FMI recomenda o cumprimento da disciplina prescrita no Pacto de Estabilidade.