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FMI mantém previsão de défice acima de 3%
O Fundo Monetário Internacional piorou também as estimativas para a dívida pública portuguesa deste e do próximo ano. A instituição liderada por Christine Lagarde prevê que o défice orçamental seja de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2015, uma décima abaixo da previsão anterior, divulgada em Abril deste ano.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) continua a não acreditar que Portugal consiga reduzir o défice abaixo dos 3% do PIB este ano, o que, a confirmar-se, manterá o país em défice excessivo, em conformidade com as regras europeias.
No "World Economic Outlook", divulgado nesta terça-feira, 6 de Outubro, o FMI apresenta as suas previsões económicas e também previsões para o défice orçamental e para a dívida pública para os vários países até 2020.
No caso de Portugal, a instituição liderada por Christine Lagarde prevê que o défice orçamental seja de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2015, uma décima abaixo da previsão anterior, divulgada em Abril deste ano.
Estas previsões demonstram, assim, que o FMI não acredita que Portugal possa sair este ano do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), que estabelece que os países europeus que tenham um défice superior a 3% devem adoestar uma estratégia orçamental para cumprir aquele limite.
O Fundo espera que só no próximo ano Portugal consiga reduzir o défice abaixo dos 3%, antecipando um défice orçamental de 2,7% em 2016.
Para os anos seguintes, o FMI antecipa que o défice orçamental português caia para os 2,5% em 2017, para os 2,4% em 2018 e que estabilize nos 2,3% em 2019 e em 2020, o último ano das projecções hoje divulgadas.
As previsões apresentadas pelo Fundo para 2015 estão agora em linha com as da Comissão Europeia, que estimou em maio que o défice orçamental de Portugal seja de 3,1% este ano. Para 2016, Bruxelas apresentou uma projecção ligeiramente mais pessimista, de 2,8%.
O Governo continua a defender a meta com que se comprometeu no Orçamento do Estado para 2015 e que reiterou no Programa de Estabilidade, esperando que o défice orçamental seja de 2,7% este ano.
No Programa de Estabilidade, apresentado em Abril, o Executivo de Pedro Passos Coelho projectou um défice orçamental de 1,8% do PIB em 2016, antecipando que este défice se reduzisse gradualmente até 2018, passando a um excedente de 0,2% em 2019.
O FMI piorou também as estimativas para a dívida pública portuguesa deste ano e do próximo, mantendo-se mais pessimista do que o Governo e prevendo que continue a representar mais de 125% do PIB nos dois anos.
A instituição liderada por Christine Lagarde prevê que a dívida pública atinja os 127,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 e os 125% em 2016.
No relatório sobre a segunda missão de monitorização pós-programa divulgado em Agosto, quando foram conhecidas as últimas previsões da instituição sobre a dívida pública portuguesa, o Fundo antecipava que a dívida pública atingisse os 127,1% do PIB em 2015 e os 124,4% do PIB em 2016.
Assim, o Fundo continua mais pessimista do que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho, que prevê uma redução da dívida pública para 125,2% do PIB este ano (de acordo com a segunda notificação a Bruxelas no âmbito do Procedimento por Défices Excessivos) e para 121,5% no próximo (segundo o Programa de Estabilidade 2015-2019).