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FMI está mais optimista sobre o desemprego em Portugal

O FMI publicou novas previsões para a economia mundial. Em relação a Portugal, pouco muda, mas Washington está mais optimista em relação à evolução do desemprego e mais pessimista sobre o saldo externo deste ano.

Reuters
06 de Outubro de 2015 às 15:00
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Quarta-feira haverá mais detalhes sobre o que pensa o FMI sobre a evolução das contas públicas portuguesas e a previsão de esforço de ajustamento necessário para este ano e o próximo. Para já, o Fundo apenas apresenta previsões para grandes rubricas macroeconómicas.

No que diz respeito ao crescimento económico, não há novidades. O "World Economic Outlook" (WEO), publicado esta terça-feira, 6 de Outubro, continua a antecipar um crescimento económico de 1,6% para este ano, com uma desaceleração no próximo para os 1,5%. O FMI continua a antecipar um abrandamento da economia nacional ao longo dos próximos cinco anos, chegando a 2020 a crescer 1,2% ao ano. Cenários que, importa lembrar, partem do princípio que o País não fará mais reformas.

Ainda assim, esta projecção do FMI para 2016 (1,5%) está muito longe da previsão do Governo para esse ano. No Programa de Estabilidade está inscrita uma previsão de variação homóloga do PIB de 2%. Uma diferença de 0,5 pontos.

A novidade deste relatório face ao de Abril parece estar no desemprego. Há seis meses, o Fundo previa que o desemprego ficasse nos 13,1% este ano e descesse para os 12,6% em 2016. Agora antecipa que 2015 termine com uma taxa de desemprego média de 12,3% e que ela continue a descer para os 11,3% em 2016.

Um indicador em relação ao qual o FMI está mais pessimista é o saldo externo. O saldo da balança corrente está previsto ficar em 0,7% do PIB este ano, quando a projecção anterior era 1,4%. Contudo, o maior pessimismo em 2015 é compensado por maior optimismo em 2016. Um ano em que antecipa que Portugal alcance um excedente externo de 1,6% do PIB (a anterior previsão era 1%). Para 2020, o FMI antecipava um excedente de 0,1% do PIB, agora 0,4%.



Europa arrefecida e dois anos de recessão na Grécia

 

Para a Zona Euro, o FMI prevê um crescimento de 1,5% este ano e 1,6% em 2016. Exactamente os mesmos valores que tinha inscrito no WEO de Abril deste ano. Contudo, esta comparação esquece que em Julho foi publicada uma actualização das previsões para o espaço da moeda única, que antecipava um crescimento maior em 2016 (1,7%).

Parte desta revisão é explicada por um menor optimismo em relação ao motor económico alemão que, em vez de crescer 1,7%, se espera agora que cresça 1,6%. Itália também regista uma revisão em baixa semelhante da variação homóloga do PIB em 2016.

"Projecta-se que a recuperação moderada da Zona Euro continue em 2015-2016, suportada por preços mais baixos do petróleo, alívio das condições monetárias e a desvalorização do euro", pode ler-se no relatório do FMI. "Ao mesmo tempo, o potencial de crescimento permanece frágil – resultado do legado da crise, mas também de uma desaceleração demográfica e da produtividade que precede a crise."

É assim que o Fundo justifica as previsões pouco optimistas para o crescimento da economia da moeda única, com inflação também muito baixa.

Em relação à Grécia, as previsões do FMI são marcadamente mais pessimistas do que eram há seis meses. Em Abril, esperavam que a economia helénica crescesse 2,5% em 2015 e disparasse 3,7% em 2016, o que a colocava entre os países como melhor comportamento da Zona Euro. Actualmente, essas previsões são muito mais pessimistas, antecipando-se uma recessão de 2,3% este ano e uma recuperação que ainda não chegará em 2016, ano para o qual o FMI prevê um novo recuo do PIB, de 1,3%. Ou seja, segundo Washington, o que aconteceu nos últimos seis meses, provocará mais dois anos de recessão. 



(Notícia actualizada com a previsão do Programa de Estabilidade às 16h40)

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