Notícia
Saiba quais são os três desafios à estabilidade financeira
Não há um, nem dois, mas três desafios à estabilidade financeira que o FMI defende que têm de ser superados para evitar novas crises. Conheça as ameaças identificadas por José Viñals.
A estabilidade financeira melhorou nas economias desenvolvidas, mas os riscos passaram para os emergentes, alerta José Viñals (na foto). Neste sentido, e num contexto de abrandamento do crescimento pelo quinto ano consecutivo, o director do departamento de mercado de capitais do Fundo Monetário Internacional diz que há desafios que têm de ser superados para evitar novas crises. Aponta três.
Endividamento nos emergentes
A principal preocupação para a estabilidade financeira está nas "vulnerabilidades dos mercados emergentes". "Os balanços das empresas e dos bancos estão esticados: estimamos que exista um excesso de endividamento de três biliões de dólares nos mercados emergentes", nota José Viñals. "O elevado endividamento do sector privado e a maior exposição às condições de financiamento globais deixaram as empresas mais susceptíveis a ciclos negativos da economia, e os mercados emergentes à fuga de capitais e à deterioração da qualidade do crédito", diz o director do departamento de mercado de capitais do FMI.
A China é a principal preocupação: "enfrenta uma delicada transição para um crescimento mais assente no consumo privado sem que a actividade económica abrande demasiado, enquanto tenta reduzir os elevados níveis de endividamento através de uma desalavancagem ordeira, encaminhando-se para um sistema baseado no mercado".
Legados da crise nos desenvolvidos
José Viñals aponta como segundo desafio os legados da crise nas economias mais avançadas. Defende que "têm de ser resolvidos de forma a consolidar a estabilidade financeira e reduzir os maus ventos que podem derrubar o crescimento".
Na Zona Euro, "atacar as vulnerabilidades dos soberanos e do sector financeiro, bem como tapar os buracos da arquitectura financeira continua a ser crítico", diz o director do departamento de mercado de capitais do FMI. Já no caso dos EUA, o alerta centra-se na inversão da política monetária. "O processo de subida de taxas de juro pela primeira vez em nove anos vai ser uma importante transição para os mercados mundiais"
Reacção dos mercados sob tensão
O terceiro desafio, de acordo com o director do departamento de mercado de capitais do FMI, é como é que os mercados financeiros globais poderão responder sob tensão. "Aprendemos que os mercados podem amplificar os choques e actuar como uma fonte de volatilidade e contágio quando a liquidez é baixa", diz José Viñals. E neste relatório de estabilidade financeira, o FMI alerta para o facto de "a liquidez no mercado se ter tornado menos resiliente", aumentando assim os riscos à estabilidade.