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FMI: Emergentes ameaçam melhorias da estabilidade financeira

As economias desenvolvidas estão melhores, como reflectem os Estados Unidos, Zona Euro e Japão. Mas o FMI alerta para os mercados emergentes. Estes reúnem agora os principais riscos, com a China e a subida dos juros nos EUA como pano de fundo.

Bloomberg
07 de Outubro de 2015 às 15:00
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Dos Estados Unidos ao Japão, passando pela Zona Euro, todos têm razões para sorrir. O Fundo Monetário Internacional considera que a estabilidade financeira melhorou nestas economias, devido à recuperação económica e à implementação da política monetária. Já os mercados emergentes são um grande "mas". As projecções para o crescimento destes países são agora mais pessimistas, em grande parte devido aos desequilíbrios internos. Um cenário no qual a China tem o papel principal.

"Os riscos macroeconómicos diminuíram, com o alargamento da recuperação económica nos países desenvolvidos", aponta o FMI, no Relatório de Estabilidade Financeira Mundial, publicado esta quarta-feira, 7 de Outubro. Além disso, a instituição liderada por Christine Lagarde (na foto) destaca que "os receios de deflação atingiram um máximo no início de 2015 e a confiança nas políticas monetárias tem aumentado desde então". E destaca alguns factores que permitem um "optimismo cauteloso".

Os Estados Unidos encabeçam a lista, já que "a recuperação foi retomada e as pressões sobre os salários e a inflação continuam fracas". Além disso, refere o FMI, "a melhor evolução do mercado laboral está a impulsionar as expectativas de que o consumo e as famílias darão um apoio sustentável à recuperação". Uma evolução que colocou a "Reserva Federal próxima de subir a taxa de juro de referência" do actual mínimo histórico, entre 0% e 0,25%, o que será "o primeiro passo em direcção à normalização das condições monetárias e financeiras".

Ao mesmo tempo, "estão a crescer os sinais de que a política monetária não-convencional do Banco Central Europeu está a começar a resultar", salienta o FMI, apontando que "as condições de crédito na Zona Euro estão a aliviar". A instituição liderada por Christine Lagarde destaca ainda que "as políticas que visavam o fortalecimento do sistema bancário aumentaram a confiança e a segurança, bem como a oferta e a procura por crédito aumentou".

"É esperado que a economia japonesa continue a recuperar, apesar do contratempo no segundo trimestre", acrescenta o FMI. A instituição diz que "estão a emergir sinais provisórios de que os planos de investimento das empresas estão a solidificar, ajudando a melhorar o cenário para os salários e a inflação". E acrescenta que "a flexibilização monetária qualitativa e quantitativa do Banco do Japão melhorou as condições financeiras, aumentando os preços das acções e levando a uma modesta subida do financiamento bancário".

"Riscos dos mercados emergentes continuam elevados"

Se é certo que as economias desenvolvidas registaram evoluções positivas, também é certo que os receios regressaram aos mercados emergentes. "Os riscos dos mercados emergentes continuam elevados", aponta o FMI, explicando que algumas das principais economias "enfrentam substanciais desequilíbrios internos e as projecções de crescimento foram reduzidas". A instituição liderada por Christine Lagarde acrescenta que estas economias estão "mais vulneráveis a um abrandamento económico e a uma provável restrição nas condições financeiras externas, já que a Fed se prepara para subir a taxa de juro pela primeira vez desde 2006".

Do geral para o particular, o FMI destaca a China. A instituição identifica o "equilíbrio delicado de passar para um crescimento mais impulsionado pelo consumo, resolvendo as crescentes vulnerabilidades dos sectores financeiro e empresarial". Mas também "a transição para um sistema baseado no mercado que desencoraja a construção de desequilíbrios". E atira: "os recentes desenvolvimentos dos mercados sublinham a complexidade destes desafios, bem como os contágios potencialmente fortes da China".

O FMI nota ainda que "um abrandamento gradual do crescimento é inevitável" e reconhece que "o aumento do crédito malparado" foi antecedido por níveis baixos. Adicionalmente, "a China tem almofadas financeiras suficientes para lidar com choques". Mas a instituição destaca que "as consequências para os mercados emergentes do fraco desempenho económico e da crescente incerteza na China podem ser significativas". E conclui que "a menor procura chinesa por matérias-primas e bens de investimento prejudica o crescimento das economias emergentes, ao passo que a taxa de câmbio mais baixa da China afectará a competitividade externa".

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