O Haitong actualizou as estimativas para a Galp Energia, que apresenta as suas contas na próxima sexta-feira, 29 de Abril. Além disso, incluiu as novas metas da empresa, para o período entre 2016 e 2020, anunciadas no "Capital Markets Day". Nesse sentido, os analistas subiram o preço-alvo em perto de 6% para 11,20 euros e reiteraram a recomendação de "neutral".

"Ajustámos os nossos números antes da apresentação dos resultados do primeiro trimestre, sobretudo para incluir as novas metas para 2016-20 divulgadas pela Galp no ‘Capital Markets Day’, quer em termos de exploração e produção (atraso no Lula Oeste e Atapu Norte para depois de 2020) e do plano de investimentos (corte de 15%)", refere a nota do Haitong, publicada esta segunda-feira.

Além disso, o banco de investimento cortou as estimativas de resultados na área de "gas & power" depois do corte das taxas de remuneração dos activos (RoR), proposto recentemente pelo regulador para o negócio de distribuição.

Contudo, este efeito, "foi compensado por uma maior contribuição da área de refinação e distribuição", pelo que o banco deixou as suas estimativas para o EBIT, entre 2016 e 2018, praticamente inalteradas.

A justificar a subida do preço-alvo de 10,60 euros para 11,20 euros esteve também "o menor investimento na exploração e produção e um maior valor de activos associados (‘pipelines’ internacionais/Tupi)".

"Reconhecemos que a Galp tem uma posição competitiva muito forte na exploração e produção devido a um ‘break-even’ (equilíbrio financeiro) médio nos projectos abaixo dos 30 dólares por barril e uma posição de liderança no sector em termos de crescimento médio anual", explicam os analistas que, no entanto, acreditam que estes factores já estão "amplamente descontados" pelos investidores.

Quanto às estimativas, os números do banco de investimento estão, no geral, em linha com os da petrolífera. O Haitong estima um crescimento médio anual da exploração e produção, entre 2015 e 2020, de 28%, que o investimento entre 2016 e 2020 ascenda a 1,16 mil milhões de dólares e que o EBITDA obtenha um crescimento médio anual de 14%, entre 2015 e 2020.

 

No que se refere aos números dos primeiros três meses deste ano, que serão conhecidos no final da semana, o Haitong prevê que o EBITDA ajustado desça 4% face ao trimestre anterior para 298 milhões de euros devido a uma menor contribuição dos negócios de refinação e distribuição. Já o resultado líquido deverá cair 19% face ao último trimestre do ano passado para 120 milhões de euros, ficando praticamente em linha com o valor obtido no período homólogo (121,1 milhões de euros).

 

O novo preço-alvo da cotada liderada por Carlos Gomes da Silva (na foto) representa, contudo, um potencial de desvalorização de 6,4%, tendo em conta a actual cotação das acções. E, "a menos que os investidores tenham uma visão mais optimista para o preço do Brent do que nós (65 dólares por barril) e para as margens de refinação da Galp (2,5 dólares por barril), será difícil acreditar que as acções possam apreciar de forma significativa a partir daqui, apesar da elevada qualidade do portefólio de exploração e produção da Galp", explica o banco.

 

Nesse sentido, os analistas recomendam aos investidores apostarem na Repsol para estarem expostos a uma potencial recuperação dos preços do petróleo. A petrolífera espanhola conta com uma recomendação de "comprar" e um preço-alvo de 17,40 euros.

 

As acções da petrolífera seguem a desvalorizar 1,32% para os 11,92 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.