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"Disciplina financeira" permite à Galp manter política de dividendos
A petrolífera anunciou, esta terça-feira, que vai distribuir 41 cêntimos por acção aos seus accionistas, mantendo a política de aumentar anualmente o dividendo em 20%.
A Galp Energia decidiu manter a sua política de distribuição de dividendos. Num momento em que o preço do petróleo está em queda, e em que muitas petrolíferas estão a congelar ou a recuar nas suas remunerações, a petrolífera não alterou as suas metas, graças à "disciplina financeira" e ao plano de negócios "resiliente".
Relativo ao exercício de 2015, a Galp prevê pagar um dividendo de 41 cêntimos por acção, mais 20% do que no ano anterior, conforme está definido na sua política de remuneração accionista. Para o exercício deste ano, prevê um pagamento de 50 cêntimos.
O que motivou esta decisão? O presidente-executivo da companhia sublinhou, primeiro, que a manutenção desta política deve-se principalmente à "disciplina financeira" praticada pela empresa. Depois, apontou que a Galp conta com dois tipos de investidores: "orientados para o retorno do dividendo" e "orientados para a criação de valor de longo prazo".
"Ao desenharmos o nosso plano de negócios fizemo-lo em condições especialmente desafiantes. Não era expectável a situação actual", começou por sublinhar Carlos Gomes da Silva, esta terça-feira, 15 de Março, no "Capital Markets Day" em Londres.
"Mas também fica demonstrado que o nosso plano de negócios é resiliente e tem capacidade para manter uma política de distribuição de dividendos que no cenário base comporta o previsto até 2020", sublinhou o gestor.
"Ao contrário do que seria esperado, numa situação em que muitos dos nossos pares reduziram o dividendo, entendemos que também não eram ponderados os dois tipos de perfis de accionistas, era importante manter uma coisa balançeada", afirmou Carlos Gomes da Silva que apontou que 2017 será um "ano completamente diferente".
A Galp vale nove mil milhões de euros e o dividendo implica um retorno de cerca 4% o que compara com o retorno entre 6% a 8% dos concorrentes da cotada nacional. "Nós não somos de todo um grande pagador de dividendos no mundo do ‘oil and gas’", afirmou, por seu turno, o administrador financeiro, Filipe Silva.
"A Galp concorre por capital nos mercados mundiais. Ninguém vai comprar uma acção Galp se tiver um rendimento inferior a outra, senão vai comprar a do vizinho", apontou Filipe Silva.
*O jornalista viajou para Londres a convite da Galp